(Super) Tufão Yagi – Partes da China e Vietname podem ser afetados por um violento ciclone dias 7-9 de Setembro – saiba a previsão

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Formou-se no Pacífico o Tufão “Yagi”, no dia 30 de Setembro, tendo já afetado as Filipinas, causando, infelizmente, muitos estragos, e perda de vidas humanas
Após a passagem nas Filipinas o ciclone perdeu força, devido a interação com Terra, no entanto todos os modelos mostram nova intensificação, em direção à província de Hainan, China, e Vietname
O modelo HWRF, por exemplo, mostra mesmo um ciclone com pressão a rondar 920mb, eventualmente equivalente a um furacão categoria 4-5, podendo ser uma situação potencialmente devastadora na ilha de Hainan – com rajadas até 250km/h
Antes de mais olhemos ao satélite atual, onde podemos ver o ciclone Yagi algo desorganizado – não parece muito ameaçador, mas, infelizmente, dentro de poucas horas a circulação começará a organizar-se novamente, e uma intensificação rápida começará
IRÁ O “YAGI” TORNAR-SE UM SUPER TUFÃO?
As previsões de intensidade tropical ainda são um desafio, no entanto tendo em conta as condições na região, com muito ar húmido, pouco wind-shear e centenas de kms para percorrer antes de novo encontro com Terra, é quase certo que o ciclone Yagi se deve transformar num super tufão
Como já referimos a previsão atual do modelo HWRF, um dos que consideramos mais fiáveis, prevê que dentro de 2 dias (por volta de dia 5 de Setembro) o ciclone Yagi tenha pressão aproximada de 920mb, com ventos a rondar 140mph, o que o colocaria como equivalente a um furacão categoria 4
No entanto, por exemplo a previsão do modelo HAFS-A, modelo de nova geração, mostra um tufão com pressão mínima a rondar 945mb, com ventos equivalentes a um furacão categoria 2 ou 3
O modelo global GFS, não tão fiável em intensidade de furacões, mas ainda assim o melhor entre os modelos globais, mostra-nos um ciclone com pressão a rondar 930-935mb, equivalente a um furacão categoria 3 ou 4
No fundo, apesar de grandes diferenças entre os modelos de previsão utilizados, a tendência é clara para forte intensificação. E, dadas as condições, é difícil pensar que este ciclone não irá ter uma intensificação explosiva, e atingir uma intensidade pelo menos em linha com o modelo HWRF, senão mais intenso. A nossa previsão, com base no potencial máximo do ciclone aponta para até 910mb de pressão e ventos de categoria 5, com rajadas até 280km/h
Iremos acompanhar a evolução até eventualmente tocar Terra na província de Hainan, no dia 7, onde poderá ser uma situação potencialmente devastadora – devendo, aí, o ciclone voltar a perder força
Podemos ver na imagem abaixo a previsão do modelo HWRF (vento e pressão atmosférica) para dia 5 de Setembro – um autêntico monstro
TRAJETÓRIA PREVISTA – CHINA PRIMEIRO, VIETNAME DEPOIS?
Há dúvidas neste cenário. A previsão oficial do JTWC aponta para um landfall na China, na provìncia de Hainan, segundo depois para o Vietname, onde poderia afetar por exemplo a capital Hanói de forma bastante intensa
No entanto cerca de 50% dos ensembles do GFS (GEFS) apontam para que, após tocar Terra em Hainan, o ciclone irá curvar para Noroeste, e seguir em direção à província de Guangdong, poupando o Vietname
Assim podemos dizer que, segundo os modelos, há 50\50 em termos de probabilidade para ambos estes cenários
No entanto neste tipo de situações é sempre possível fazer uma análise mais profunda:
Um ciclone mais intenso, como mostra o GFS ou a maior parte dos modelos de previsão de furacão terá tendência a seguir uma trajetória mais a Norte, e aí afetar a China, de forma mais direta
Um ciclone menos intenso, como mostra por exemplo o modelo ECMWF (que é notoriamente bastante fraco na previsão de intensidade de ciclones tropicais) poderia ter uma trajetória mais a Sul, onde teria claramente maior probabilidade de ser “apanhado” pelo anticiclone e não efetuar a referida curva a Noroeste, e seguir numa direção mais Leste-Oeste, em direção ao Vietname
Obviamente que o modelo ECMWF é o melhor modelo de previsão, por muitas falhas que também tenha, como todos os outros, e por isso temos de o levar em consideração nas nossas previsões. Ainda assim, para já, apontamos uma trajetória entre estes 2 cenários – é quase garantido que irá afetar a província de Hainan no Sábado, dia 7, talvez a metade Norte da mesma, com interação sobre Terra a ser relativamente rápida, evoluindo depois para Noroeste
No entanto dada a tendência do modelo GFS “menosprezar” os anticiclones nas áreas tropicais nesta altura do ano a mais de 144h de distância temporal é muito provável que acabe por seguir um pouco mais a Sul. Por outro lado a intensidade mais forte do que o previsto pelo modelo Europeu deverá levar a que o Vietname não seja totalmente poupado de alguns efeitos do ciclone
Ainda assim, de facto, a média dos cenários, e aquilo que parece mais provável, é que Hainan e Guangdong (China) devem ser as regiões que devem estar mais atentas à evolução deste ciclone
Deixamos a previsão oficial JTWC, notando que um desvio para Norte nesta trajetória, principalmente após tocar Terra inicialmente na ilha de Hainan, é bastante provável
QUAIS OS EFEITOS ESPERADOS?
Um ciclone tropical desta dimensão e intensidade tem sempre efeitos muito significativos – sendo eles o storm surge (maré de tempestade) e ondulação gigante como fenómenos relacionados com o mar, chuva intensa e persistente, por vezes em regime torrencial, e, claro, rajadas de vento violentas
Por vezes podem ocorrer tornados, também
Neste caso em particular, e focando primeiro em Hainan, onde parece mais certa a trajetória e intensidade, estamos a prever rajadas de vento superiores a 200\230km/h, precipitação em 24h superior a 200l\m2 (300\400 localmente), maré de tempestade até 2-3 metros, ondas com altura máxima até 15-18 metros e ainda a possibilidade de fenómenos extremos (como já referido, a possibilidade de tornados)
Esta situação estará, obviamente, sujeito a algumas alterações, conforme o ciclone fique mais definido em termos de intensidade e trajetória
Depois de Hainan aí fica tudo ainda muito incerto, pois dependendo do local afetado teremos de contar com a orografia e relevo, assim como outros fatores regionais para uma previsão mais correta, sendo ainda incerta qual a estrutura que o tufão Yagi irá manter após a interação com Terra em Hainan
Ainda assim tanto Guangdong como o Norte do Vietname devem esperar chuvas torrenciais e ventos pelo menos até 100km/h – podendo ser substancialmente superiores, pelo que os residentes nestes locais devem estar atentos às atualizações das previsões
Segundo o modelo ICON deixamos a última atualização de precipitação prevista, em linha com o que mencionámos (1000 l\m2 de precipitação em Guangdong seria um caso extremo de interação com a orografia local, é algo possível, que iremos monitorizar)
E NO ATLÂNTICO, TUDO CALMO PARA JÁ?
De forma inexplicável a atividade tropical no Atlântico é inexistente, para já
O modelo ECMWF, na sua última atualização, em conjunto com o ensemble EPS, reduziu ainda mais a possibilidade de formação de uma área em observação perto das Caraíbas, que parece agora pouco provável que se venha a desenvolver, sendo que as condições para desenvolvimento de outra área, na MDR, parecem também pouco favoráveis
Assim não parece, pelo menos nos próximos 10 dias (Até dia 10-12 de Setembro) que se registe atividade tropical significativa
Começa a parecer que em vez de termos uma época de furacões extremamente ativa, em níveis recorde, podemos ter exatamente o oposto – uma das épocas de furacões menos ativas do século XXI
Se tal acontecer será necessário estudar o que esteve por detrás deste falhanço monumental de previsão, sendo que a resposta poderá ser “simples”: Os nossos modelos de previsão já não conseguem modelar algumas situações num clima caótico e profundamente alterado, como o que temos neste momento, num planeta em rápido aquecimento
Dito isto teremos de seguir a monitorização, pois, por vezes, a época de furacões pode chegar tardia, com uma “vingança” e, muito rapidamente, vários ciclones podem surgir. Talvez quando os subtrópicos arrefecerem a atmosfera sinta “necessidade” de equilibrar
Em parte também terá a ver com uma zona de convergência intertropical muito a Norte, que inclusivamente está a provocar chuva no Sahara
Fica a última carta do EPS-ECMWF, com baixa probabilidade de qualquer desenvolvimento tropical
NOTAS FINAIS E FONTES USADAS PARA A INFORMAÇÃO
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