Super Tufão “Mindulle” – Tufão mais forte do ano ameaça Japão

O tufão “Mindulle” continua a intensificar-se, e no momento de escrita deste artigo (06H UTC, 26\09\2021) é um tufão equivalente à categoria 5 no Atlântico, a Sul do Japão (a cerca de 2000kms de Tóquio)
Segundo a maioria dos modelos este tufão não afetará o Japão diretamente, o que seria obviamente o melhor “final” para o ciclone, pois se realmente vier a afetar o Japão poderá ser um tufão absolutamente devastador
As condições para o seu desenvolvimento são perfeitas, com água quente, muita humidade e shear fraco, e apenas ciclos de substituição das paredes do olho o farão flutuar em intensidade e não intensificar para níveis históricos (Há modelos que baixam a sua pressão para o valor mais baixo já registado na Terra…)
O ciclone neste momento tem um olho bastante grande, e essa característica é importante pois este tipo de tufões são menos suscetíveis a substituições da parede do olho (EWRC)
Assim é possível que continue a intensifica ao longo deste Domingo, dia 26, podendo eventulmente registar pressão inferior a 900hPA
Às 6H UTC deste Domingo, 27 de Setembro, este era o aspeto do Mindulle
Como podemos ver o tufão Mindulle neste momento apresenta um aspeto extremamente simétrico, com um olho extremamente definido
Parece haver algum sinal de ar seco no flanco Sudoeste, que o poderá impedir de fortalecer, no entanto tudo indica que na aproximação ao Japão o ciclone terá tendência a interagir com o jet stream, e alguns modelos simulam uma interação construtiva, com um cavamento do ciclone
Neste momento o ciclone apresenta rajadas a rondar 300 a 320km/h, havendo possibilidade de ainda ganhar força
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Felizmente, e para já, tudo indica que poderá passar ao lado do Japão
Os modelos que o fortalecem mais, no entanto, levam-no para terra, isto porque teria capacidade para quebrar mais rapidamente a crista anticiclónica
Ou seja um ciclone mais forte terá tendência a ir mais para perto do Japão, e aí será necessária avaliação constante do risco, pois infelizmente não se descarta que o ciclone possa mesmo tocar terra perto de Tóquio, o que seria o cenário mais grave… Este tipo de ciclones muito fortes têm tendência a contrariar um pouco as previsões devido à intensificação muitas vezes mais explosiva que o previsto, pelo que apenas quando tivermos modelos a iniciar com a intensidade correta do ciclone podemos definir um trajetória mais exata
Ficam assim as trajetórias previstas pelo EPS na sua última atulização ao momento (18Z, 25\09\2021) onde vemos que de facto ainda há demasiado “spread” para ter confiança em dizer que não afetará o Japão, embora a média e grande parte dos membros do ensemble o mantenham no mar
Porquê “tufão” e não “furacão”?
A única diferença é o nome, sendo que um furacão é um ciclone no Atlântico, enquanto que um tufão é um ciclone no Pacífico e a agência que os monitoriza (NHC, em Miami, monitoriza os furacões no Atlântico e o JTWC no Hawaii)
São exatamente o mesmo fenómeno, ciclones de origem tropical, com nomenclatura diferente
Conforme mencionado a agência responsável pela monitorização de tufões é o JTWC, e vejamos então a previsão oficial
Como podemos verificar a previsão oficial é semelhante ao envelope de soluções do ensemble ECMWF (EPS), e é no fundo tudo o que podemos dizer de momento: Monitorização constante da situação no Japão, pois poderá haver uma aproximação que seria extremamente perigosa
Deixo para terminar a previsão do modelo UM (MetOffice), um dos melhores que temos disponíveis, com o centro do ciclone a poucos kms de Tóquio, e pressão a rondar os 900hPA…
Serão feitas atualizações caso se justifique
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