O que se passa com o jato polar? Com ventos acima de 400km/h, alimentará várias tempestades até ao fim de janeiro de 2025 – informação atualizada

Conteúdos
Conforme já tínhamos previsto anteriormente, a corrente de jato polar está muito perturbada, e surgem depressões de forma constante durante vários dias, talvez até final de janeiro (será que podem continuar em Fevereiro?
A razão para isto, e como já explicámos, prende-se com o facto de termos um vórtice polar alongado sobre os Estados Unidos da América, com muito frio, que, ao entrar no Atlântico, leva ao processo de ciclogénese explosiva – e não será apenas uma, nem duas, ao que tudo indica…
Antes de mais, e antes de entrarmos em mais detalhes, devemos falar desde já daquela que deverá ser a grande notícia na meteorologia na Europa esta semana – a tempestade Éowyn!
Ainda não nomeada pela MetOffice, será em breve, certamente, esta poderá ser uma das tempestades mais violentas dos últimos 200 anos nas Ilhas Britânicas, afetando particularmente a Irlanda, onde as previsões atuais são, francamente, absurdas – mostrando mesmo rajadas perto de 200km/h
Olhando à pressão mínima do ciclone responsável por esta depressão, e a proximidade das isóbaras, é difícil não imaginar um cenário que causará grandes estragos, infelizmente – esperemos que as previsões possam ainda mudar, pelo menos um pouco

JATO POLAR ACIMA DE 400KM/H – O QUE QUER ISTO DIZER?
Obviamente que vermos o jato polar com ventos superiores a 400km/h não significa que iremos ter ventos superiores a 400km/h à superfície – o jato polar circula a cerca de 10km de altitude
Os aviões que entrarem nesta corrente nos próximos dias, entre a América e a Europa, farão viagens muito mais rápidas, poupando combustível – em alguns casos reduz-se o tempo de viagem em mais de uma hora entre o Reino Unido e os Estados Unidos, por exemplo!
Em termos meteorológicos, no entanto, uma corrente de jato perturbada, e muito forte, está ligada a uma atmosfera bastante dinâmica, e normalmente capaz de gerar tempestades (ciclogéneses explosivas), e é exatamente isso que vamos vendo nas previsões praticamente até ao fim de janeiro
Depois da Garoe, e depois da futura tempestade Éowyn, no dia 24 de janeiro, e da qual já falámos, mas iremos detalhar brevemente, assim que for nomeada oficialmente, haverá ainda pelo menos mais uma ou duas depressões fortes, quase certamente nomeadas – o que poderá significar entre 3 a 4 tempestades nomeadas no Atlântico Norte em menos de 10 dias!
Para Portugal a depressão Garoe será a que trará mais chuva, mas, em termos de vento, não descartamos um episódio mais violento por volta de dia 27 de janeiro
Nas Ilhas Britânicas, e depois dos potenciais danos causados pela tempestade Éowyn, que como já referimos, é difícil imaginar que, infelizmente, não sejam muitos, haverá pouco tempo para recuperar – com várias depressões, de maior ou menor intensidade, a circular de forma persistente durante diversos dias nessa latitude
Depois de um período de tempo anticiclónico, e calmo, no Reino Unido (que se sentiu também em Portugal, com um dezembro seco, e janeiro com vários dias secos, calmos e com noites frias), o tempo deu uma volta total, e a preocupação aumenta a cada dia com as previsões
Vejamos, segundo o modelo GFS, a animação referente à corrente de jato até dia 29 de janeiro – de notar que por onde o jato polar passar, há maior probabilidade de impacto de depressões, mas a intensidade deste jato não está diretamente relacionada com a intensidade do vento à superfície, como referido anteriormente

PODE HAVER ALGUMA TEMPESTADE MAIS VIOLENTA EM PORTUGAL?
Não podemos, para já, dar uma resposta definitiva. No entanto, na nossa previsão semanal, elaborada no domingo, 19 de janeiro, alertámos para essa probabilidade
Continuamos a alertar para essa probabilidade, por volta de dia 27 de janeiro, pelo que continuamos a alertar que deve estar muito atento à evolução das previsões
Vários modelos, como por exemplo o ECMWF, e, na última atualização, o modelo Norte-Americano GFS, apresentam depressões com forte cavamento, e com ventos muito fortes – para além da chuva e mar muito agitado
Não estamos a falar de uma situação como a depressão Garoe, mas algo muito mais forte, potencialmente. Depressões como a Garoe são normais, esta não seria…
Felizmente, para já, é apenas uma probabilidade não confirmada – de cerca de 40% segundo os ensembles
Mas, quando um modelo global, considerado o melhor a nível mundial, prevê, em 3 atualizações consecutivas, ventos com rajadas de 140km/h no nosso país, há que levar a sério essa possibilidade
Iremos atualizando a informação, nas nossas previsões diárias, e, se necessário, com mais informações adicionais
Para já podemos olhar à previsão ECMWF, e esperar que haja alterações da mesma – a pressão atmosférica e os ventos seriam incomuns em Portugal caso se confirmasse


AGITAÇÃO MARÍTIMA MUITO SIGNIFICATIVA NOS PRÓXIMOS 8 DIAS EM TODO O ATLÂNTICO NORTE
Até ao final de janeiro o Atlântico estará bastante agreste, com ondas máximas, por vezes, até 14-16 metros em alguns locais
Com a corrente de jato tão baixa em latitude os Açores estarão praticamente, de forma direta, no caminho destas ondas – pelo que é de esperar a persistência de avisos, por vezes amarelo, por vezes laranja, por parte do IPMA, até perto do final de janeiro
As Ilhas Britânicas serão a região mais afetada, sendo a latitude onde a maior parte das depressões irá circular, mas também em Portugal Continental sentiremos os efeitos – por vezes o mar pode atingir 8 a 10 metros – por essa razão temos já um aviso laranja emitido pelo IPMA para esta quarta-feira, 22 de janeiro, para a Costa Ocidental a Sul do Cabo da Roca, e na Costa Sul do Algarve
Também na Madeira as ondas podem, por vezes, ser bastante significativas, uma vez que o anticiclone se encontra bastante recuado para Sul
Mais avisos surgirão nos próximos dias, certamente
A partir de dia 29, aproximadamente, o anticiclone deverá recuperar, mas ainda não é garantido que seja para ficar – veremos como tudo evolui

NEVE? NÃO PARECE MUITO PROVÁVEL…
Apesar de termos, finalmente, sinais de inverno “à antiga” no Atlântico, com muita precipitação, vento, agitação marítima… um elemento continua em falta – a neve
Apesar de já termos tido alguns episódios de neve este inverno, (quase) todos eles basicamente restritos ao topo das Serras, e a derreterem em poucas horas, claramente está a ser um Inverno MUITO abaixo da média em termos de queda de neve – nada surpreendente, tendo em conta o que era previsto
Muito se deve ao tempo seco em dezembro, e com temperaturas amenas, e a um janeiro, mais uma vez, com temperaturas acima da média
Agora com previsões fiáveis, até perto do fim do mês, parece garantido que janeiro terminará como um mês quente em Portugal, com temperaturas médias cerca de 1ºC, ou mais, acima do normal

Em boa verdade… toda a Europa, praticamente, tem tido temperaturas acima da média
Mas o que poderá vir, ainda, até final de janeiro? Talvez mais um ou dois episódios de neve nas serras!
Para quem gostaria de ver o “elemento branco” em zonas mais incomuns, ou mesmo em altitudes abaixo de 1000 metros, as notícias não são, de facto, boas
O ar frio continua a circular muito a Norte, muito por culpa do forte vórtice polar, que continuará forte nas próximas semanas, pelo que a probabilidade de vermos ar frio descer em latitude é relativamente remota
Claro que não podemos descartar alguma surpresa mais para a frente, mesmo que seja já na primavera, mas este ano, definitivamente, fica marcado por muito pouca neve
As probabilidades calculadas pelo modelo ECMWF-IFS, para precipitação sobre a forma de neve, superior a 10mm, até final de janeiro, são muito baixas, à exceção da Serra da Estrela e serras do extremo Norte do país
Assim, se pretende ver neve, não será fácil em Portugal – as estradas na Serra da Estrela rapidamente fecham quando neva, e a neve derrete muito rapidamente – em outros locais não neva. O melhor mesmo é aguardar por anos melhores, que cada vez serão mais raros, dada a tendência atual de aquecimento global

Conte-nos nos comentários, abaixo: Já choveu bem por aí? Vive na região Sul e preocupa-o a seca, e vê estes dias de chuva como uma benção, ou, por outro lado, vive nas regiões mais a Norte e, depois do frio, preferia tempo soalheiro e ameno? Ainda acredita em neve neste Inverno? Participe com a sua opinião!
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