Tempo agrava-se significativamente a partir da madrugada de quarta, 8 de janeiro 2025 – Atenção ao vento severo localizado! Previsão completa atualizada

Conteúdos
O tempo tem estado instável neste início de janeiro – já com uma situação de “mau tempo”, provocada por uma frente associada à depressão Floriane, que, para além de muita chuva (em alguns locais praticamente 50% da média de janeiro, em apenas um dia!), e vento
O vento forte acabou por não ser generalizado, tendo havido situações de vento forte, ou mesmo extremo, mais localizado, como foi o caso de Peniche, onde uma localidade foi atingida por um tornado, ou pelo menos um fenómeno de vento extremo que danificou diversas habitações (ainda não temos confirmação de um tornado, aguardamos análise do IPMA)
Após uma terça-feira com o tempo, claramente, mais estável (embora a Norte e chuva persista, especialmente no Minho e Douro Litoral), aguardamos um novo agravamento do estado do tempo, para o final do dia de terça, e especialmente na madrugada e manhã de quarta-feira é previsto um novo episódio de vento forte, chuva forte – com agitação marítima significativa!
Alguns dos fatores mais importantes para a previsão de risco de fenómenos severos de vento são CAPE (energia potencial convectiva), e windshear. Uma excelente ferramenta para verificar esse risco é a previsão de extremos, pelo ECMWF, neste caso em relação ao parâmetro CAPESHEAR, que, com base nesses dois fatores mencionados anteriormente, nos mostra a raridade de um fenómeno
Podemos ver, na imagem abaixo, que, baseado apenas nestes parâmetros, o risco de vento severo é evidente – mas detalharemos mais de seguida!

TEMPO INSTÁVEL – O QUE ESPERAR PARA ESTA QUARTA-FEIRA?
Mais uma frente, a segunda superfície frontal de 2025, que terá características algo semelhantes à anterior (nos dias 4-5 de janeiro)
Os valores de precipitação acumulada são semelhantes (embora ligeiramente inferiores nesta situação). Por outro lado, o vento previsto é superior nesta previsão, e o risco de vento severo é ligeiramente maior, também
Além disso, outro fator “diferenciador” será o mar, que estará significativamente mais agitado na quarta-feira
Pode haver ondas até 10 metros na Costa a Norte do Cabo Carvoeiro!
Comecemos por ver a previsão de vento máximo, segundo a última atualização do modelo ICON-EU, que parece indicar a probabilidade de rajadas até 110km/h no litoral e terras mais altas, a Norte do Cabo Mondego
São valores muito elevados que poderiam, inclusivamente, levar à emissão de avisos laranja por parte do IPMA (daí já termos mencionado ser possível que esta depressão seja nomeada como GAROE)

Já em termos de precipitação há um pouco mais de “divisão” entre as previsões, no entanto, dada a excelente previsão por parte do modelo Europeu ECMWF na última situação, usamos novamente esse mesmo modelo para avaliar esta situação
Podemos ver que, segundo o modelo Europeu, teremos até 80l\m2 no Minho, em especial nas montanhas, mas infelizmente apenas entre 3 a 10l\m2 na região Sul, no geral
Claro que pode haver surpresas, e em alguns locais chover mais que o previsto (e noutros menos, também), para a região Sul esta situação acabará por não ter influência muito significativa
De referir, aliás, que esta divisão Norte\Sul, em termos de precipitação, se deve à chegada do anticiclone, com mais influência a Sul, e que este é um dos fatores relevantes para a previsão de vento a Norte – quanto maior for o cavamento da depressão que passa a Norte da Galiza, e maior for a influência anticiclónica, maior será a diferença de pressão, e consequentemente a proximidade das linhas de pressão (isóbaras), o que leva a que o vento seja mais forte
Dito isto deve esperar uma manhã de bastante chuva a Norte, seguida por aguaceiros, entre o meio da manhã e o meio da tarde no Centro a mesma coisa, e no Sul aguaceiros ocasionais durante a tarde, especialmente
Para uma previsão mais completa para este dia pode ver no nosso site, nas previsões diárias, disponível AQUI

QUAIS AS REGIÕES COM MAIOR RISCO DE FENÓMENOS DE VENTO EXTREMO?
Analisámos diversos modelos, e avaliámos que os valores mais extremos de CAPE+Shear se localizam entre Viana do Castelo e Leiria
Há alguma divergência nos locais exatos, e nos valores exatos de CAPE e SHEAR, mas um dos modelos em que mais confiamos nestes casos, o WRF, mostra-nos valores preocupantes de low-level shear, atingindo até 30-40m/s
Ao mesmo tempo, esse mesmo modelo, mostra-nos CAPE não muito elevado, mas ainda assim algumas centenas de J\Kg
Segundo esse modelo a maior probabilidade de fenómenos extremos de vento situa-se nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto e Aveiro, no período da manhã\início da tarde, sendo que, entre o início e o meio da tarde pode haver um novo período de risco, desta vez nos distritos de Coimbra e Leiria
Estamos a contar que o vento sustentado (vento médio) e rajadas mais generalizadas sejam mais fortes na madrugada e manhã, mas que o maior risco de vento severo (incluindo possibilidade de downbursts, tornados e\ou outros fenómenos) seja apenas após a passagem da frente, já a partir do meio da manhã no Norte e início da tarde no Centro do país
Dada a falta de energia convectiva, na região Sul parece pouco provável qualquer fenómeno de vento severo, com o vento a manter-se apenas moderado a forte
Podemos ver de seguida o mapa de risco meteorológico, elaborado pela Luso Meteo

E DEPOIS DA TEMPESTADE, O QUE VIRÁ? JANEIRO “VIRA” SECO?
Tudo indica que sim. Na região Sul, pelo menos, e até dia 20 de janeiro, provavelmente não haverá maior precipitação
É claro que há sempre algumas dúvidas, pode haver chuva um ou outro dia (por volta de dias 17\18, por exemplo), mas não é muito provável, nem muito significativo
Até dia 11, na região Norte, ainda haverá alguma chuva, mas de forma muito mais ocasional, e localizada, particularmente entre os dias 10 e final da manhã de dia 11 (sábado)
Após esse dia, e tal como na região Sul, um período de +- 10 dias de tempo seco é expectável
Há dúvidas para a última semana de janeiro, mas, para já, não estamos a contar com precipitação significativa
O vórtice polar deve reforçar-se após dias 16\17 de janeiro, com efeitos visíveis na troposfera, pelo que, se não chover mais em Portugal Continental, durante janeiro (após dias 10\11) não seria totalmente surpreendente!
As previsões continuam, de facto, a indicar precipitação abaixo da média nas próximas semanas, e durante fevereiro – pelo que o risco elevado de seca persiste
Podemos ver, segundo a previsão ECMWF, que, de facto, para o final de janeiro… não parece haver grandes probabilidades de precipitação – pelo que podemos ver uma “repetição de dezembro”, tal como havíamos mencionado – regresso de nevoeiros, gelo e geadas? Veremos!

Conte-nos nos comentários, abaixo: A possibilidade de fenómenos extremos, que parece aumentar um pouco por todo o mundo, preocupa-o? Ou não tem notado esse aumento? Participe com a sua opinião!
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