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Poderosa tempestade Ashley afeta as Ilhas Britânicas entre sábado e domingo 19-20 de outubro – previsão e efeitos (indiretos) em Portugal!

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Foi nomeada, como já esperávamos, a tempestade Ashley, que irá afetar as Ilhas Britânicas nos próximos dias

A nomeação foi efetuada pela MétEireann, serviço Irlandês de meteorologia, com a emissão de avisos LARANJA por vento forte e mar agitado, em algumas localidades

A Irlanda será, de facto, o país mais atingido por esta tempestade, que tem muitas semelhanças com a tempestade Isha, outra tempestade de alto impacto que afetou o país no início de 2024

É muito provável que venham a ser emitidos avisos mais “graves” – vermelho – pois as condições previstas pelos vários modelos começam a convergir, e são de facto impressionantes!

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Vejamos, desde já, a previsão de VENTO MÁXIMO, segundo a previsão do modelo UKMO, modelo britânico de previsão, que indica rajadas superiores a 150km/h em alguns locais (Norte) da Irlanda – impressionante!

Tempestade Ashley - Vento máximo previsto pelo modelo UKMO no Reino Unido
Tempestade Ashley – Vento máximo previsto pelo modelo UKMO no Reino Unido

TEMPESTADE ASHLEY – CICLÓGENESE EXPLOSIVA

A tempestade Ashley nascerá através de um processo de ciclogénese explosiva, caracaterizado pelo rápido cavamento de uma depressão, a um ritmo superior a 1hPA por hora, durante 24h

Assim para considerarmos que temos uma ciclogénese explosiva (ou também denominado “ciclone bomba” temos de verificar uma queda de pressão central superior a 24hPA no período de 24 horas)

Esta tempestade ultrapassa, e muito, isso – estando previsto um cavamento superior a 45hPA em 24 horas – desde os 995hPA para os 950hPA, aproximadamente

Nasce a Norte dos Açores, e rapidamente, à “boleia” do jet-stream, intensifica explosivamente, tornando-se uma perigosa tempestade, com ventos com força de furacão

Esse processo pode ser visto no vídeo abaixo, de previsão pelo modelo GFS


EFEITOS EXPECTÁVEIS NAS ILHAS BRITÂNICAS

Infelizmente as previsões não podiam ser muito piores – será uma tempestade de ALTO IMPACTO em alguns locais

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Conforme já vimos na imagem de vento máximo previsto, segundo a previsão UKMO, as rajadas de vento podem atingir 150+km/h na costa Norte da Irlanda – algo que é consensual entre os vários modelos, pelo que parece um cenário bastante provável

Em toda o país, mesmo nas terras baixas, o vento deve ter rajadas pontuais superiores a 80km/h, assim como na Escócia e Norte da InglaterraDublin, por exemplo, tem previsão de rajadas pontuais acima de 100km/h ao final da tarde de domingo, dia 20

Na Escócia temos outra área de grande preocupação, o Norte do país, especialmente as terras altas e expostas, onde facilmente se podem vir a registar rajadas acima de 140km/h

No Sul de Inglaterra estará ventoso, mas dentro do normal – Londres, por exemplo, não deve ultrapassar 70km/h

A chuva será localmente intensa, mas também não deve ser um motivo de preocupação

Por outro lado o mar estará MUITO AGITADO

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É previsível que no domingo, no pico da tempestade, as ondas tenham entre 8 a 11 metros de altura significativa na Costa Oeste da Irlanda, e até 21 metros de altura máxima

Em toda a costa Oeste das ilhas Britânicas as ondas irão superar 5 a 6m, sendo de facto o mais preocupante ao longo de uma faixa, no Noroeste das Ilhas

Deve ser também referido que a tempestade terá 2 picos de intensidade – inicialmente no Sábado, com a passagem de um núcleo secundário ao final da tarde, já com rajadas BEM INTENSAS e depois no Domingo com a passagem da depressão principal

A interação entre as duas ainda não está 100% definida, mas seja como for, é uma situação que não deve mudar muito em termos de previsão

Deixamos, segundo o modelo UKMO, a previsão de rajadas máximas (previsão hora a hora) e ainda, segundo o ECMWF, a previsão de ondas máximas (de notar que estas ondas são o máximo teórico, não quer dizer que este valor seja atingido, e que as ondas, no geral, terão cerca de metade da altura (ondas significativas) )

Tempestade Ashley - Vento máximo previsto, UKMO
Tempestade Ashley – Vento máximo previsto, UKMO

Ondas máximas previstas - ECMWF, Reino Unido - 19-21 de outubro
Ondas máximas previstas – ECMWF, Reino Unido – 19-21 de outubro

EFEITOS EM PORTUGAL CONTINENTAL

Esta depressão forma-se MUITO longe de Portugal, felizmente, pelo que os efeitos serão indiretos

Um dos efeitos associadas será o aumento da agitação marítima, com ondas que, progressivamente, ao longo do fim-de-semana, vão aumentando, e podem atingir 6 a 7 metros, especialmente no domingo, e a Norte do Cabo Carvoeiro, não descartando ondas pontualmente superiores a 10 metros, com MUITA ENERGIA!

Outro dos efeitos associados é o “arrastamento” de uma massa de ar tropical, com muita água precipitável, pelo que voltará a chover bem, mas “zonas do costume”, ou seja no Minho e Douro Litoral, onde se prevêem, de novo, acumulados superiores a 40\50mm, em especial em pontos de montanha – dia muito húmido e escuro nas regiões Norte e Centro neste sábado (conforme previsão AQUI)

No domingo o anticiclone começa a “tomar conta” do padrão atmosférico, e claramente a humidade diminui, no entanto o mar continua agitado (conforme previsão AQUI)

Por fim temos ainda um efeito que não será muito sentido, mas ainda assim deve ser referido, que é o vento: Nas terras altas do Noroeste, no sábado, pode haver rajadas até 60km/h – muito longe de criar qualquer problema, felizmente, mas ainda assim mostra a “potência” desta depressão – quando consegue, de facto, criar vento mesmo a grande distância, para além de toda a agitação marítima associada

Podemos ver a previsão MetOffice (análise frontal) onde percebemos muito facilmente a presença de uma superfície frontal associada à depressão Ashley, em cavamento, no sábado, 19 de outubro – que provocará, como referido, chuva persistente e com elevados acumulados no Minho, em especial

MetOffice - Depressão Ashley e a sua frente associada a afetar Portugal
MetOffice – Depressão Ashley e a sua frente associada a afetar Portugal

Conte-nos nos comentários o que acha de todas estas tempestades que têm estado a afetar a Europa ultimamente, e se considera normal, ou possível efeito de alterações climáticas!

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