Tempestade Dexter, e mais ciclones no Atlântico em breve – Análise atividade tropical 2025 – Haverá risco para Portugal?

Conteúdos
Formou-se a tempestade tropical DEXTER, a 4ª tempestade tropical nomeada pelo NHC na época de furacões 2025, depois de 3 tempestades sem grande intensidade. Ao contrário de anos anteriores, estando já em agosto, ainda não tivemos nenhuma tempestade classificada como furacão, e a tempestade Dexter não será exceção
Recentemente tivemos a tempestade FLORIS, no Reino Unido, e muitos podem perguntar qual a diferença entre essa tempestade e esta, e a resposta é curta e simples: A tempestade Floris não tinha qualquer característica tropical, tratando-se mais de uma tempestade típica de Outono\Inverno – no fundo podemos considerar uma anormalidade no Verão. Por outro lado a tempestade DEXTER é muito mais comum no Verão
Porquê? Trata-se de um ciclone de origem tropical – formando-se em águas quentes, que existem principalmente no Verão, e com características puramente tropicais – sendo que um ciclone tropical é, tipicamente, mais perigoso, com maiores quantidades de chuva, e ventos muitas vezes bem mais intensos
Mas a verdadeira questão é: Será a tempestade DEXTER uma ameaça para algum local, e como irá evoluir a época de furacões de 2025? Será mais ativa que o normal como indicam algumas previsões? Ou, por outro lado, mais calma? Haverá risco para Portugal? Continue a ler para descobrir!

TEMPESTADE DEXTER – EVOLUÇÃO PROVÁVEL
Bem, esta tempestade pode ser uma benção para Portugal – antes de mais nada devemos mencionar esse facto. Porquê? Bem, não nos influencia diretamente, mas pode ser responsável por evitar um novo pico\onda de calor extremo que poderia evoluir após dias 8\9\10 de agosto, ao empurrar o anticiclone mais para leste, e trazer ar mais fresco do Atlântico
Isto porque, segundo as previsões atuais, irá intensificar um pouco, e, por volta de dia 8, começará a interagir com um cavado a Norte, podendo ser, posteriormente, arrastada para Nordeste – talvez em direção às Ilhas Britânicas, que podem sentir alguns efeitos como chuva e vento depois de dia 10 – pelo menos para já sem que se preveja nada de severo
Quando chegar às Ilhas Britânicas (e caso seja essa a trajetória final, claro) este ciclone estará em claro declínio – ainda com alguma intensidade, a merecer acompanhamento, mas não parece preocupante!
Dito isto há outras possibilidades (mais baixas) de trajetória, eventualmente sendo mais absorvida pelo anticiclone, evoluindo mais para Sul, e, quase certamente, acabando por morrer, ou passando mais a Norte do Reino Unido, praticamente sem efeitos. Outra possibilidade, com probabilidade ainda mais baixa, é uma evolução intermédia, podendo passar perto do Golfo da Biscaia, podendo trazer até alguma chuva a Portugal depois de dia 10 – probabilidade baixa
Assim, no nosso entender, esta tempestade acabará por perder força, e os restos irão ter às Ilhas Britânicas, ou perto – sem que seja uma tempestade preocupante – continue a ler para a análise do que poderá vir depois nesta época tropical!

ÉPOCA DE FURACÕES DE 2025 – EVOLUÇÃO PREVISÍVEL
A água do mar está MAIS QUENTE que o normal no Atlântico, e estamos com a fase neutra a negativa da ENSO (La Niña), e, habitualmente, com estas condições, temos mais furacões que o normal – mas será assim em 2025? Bem, talvez – previsões destas são muito complexas e podem mudar rapidamente – contudo não nos parece que assim vá ser!
Acreditamos ainda em várias tempestades intensas, mas não deverá ficar muito acima da média climática, principalmente da “nova média climática” dos últimos anos, em que cada vez temos mais tempestades nomeadas e furacões de grande intensidade. Alguns padrões atmosféricos sugerem que a convecção poderá estar mais suprimida nas zonas de desenvolvimento principal, inibindo a formação ciclónica
Por outro lado, no Atlântico subtropical, aqui com maior interesse para os Açores, por exemplo, há maior risco de formação de ciclones ao longo do Verão, particularmente no início do outono (setembro e outubro), e parece-nos muito provável que algum ciclone vá surgir e afetar o arquipélago – com mais ou menos intensidade. Isto deve-se, novamente, à temperatura mais elevada do Atlântico subtropical – com a água nos Açores perto de 26ºC
Também esperamos que as tempestades que se formem tenham maior probabilidade de curva antes de chegar às Caraíbas\Golfo do México\Estados Unidos da América, regiões tipicamente mais afetadas, e, por consequência, maior probabilidade de evolução para o Atlântico Central. Historicamente ciclones que curvem nas longitudes 40 a 55º Oeste são as que têm maior probabilidade de afetar Portugal (Ilhas ou Continental), pelo que teremos de estar atentos a essa possibilidade

Esta possibilidade de “curva” para Norte\Nordeste, que aumenta o risco de tempestades em Portugal tem uma explicação – as tempestades formam-se cada vez mais a Norte, e, acima de 30ºC de latitude sofrem influência dos ventos de Oeste para Leste – tipicamente depressões mais a Sul tendem a mover-se de oeste para leste, e quando cruzam essa latitude acabam por começar a mover-se mais de Sul para Norte e eventualmente serem apanhadas pela corrente de jato
Ora como referido, e como se formam mais a Norte, muito porque a água está cada vez mais quente mais a Norte, esta curva dá-se muitas vezes mais cedo, e situações como o ciclone Lorenzo (Açores 2019), Leslie (Portugal Continental, 2018), entre outras, começam a ser mais frequentes – é uma consequência que pode ser atribuida às alterações climáticas, particularmente ao aquecimento dos oceanos
Para já não temos muito mais informação do que isto – e, apesar de até aqui estar a ser uma época tropical calma, que já começou em junho e vai até novembro, é bom recordar que a maior parte da atividade, tipicamente, acontece entre agosto e outubro – pelo que tudo pode mudar rapidamente!

RESUMO DE PREVISÃO E ANÁLISE
De forma resumida prevemos:
- Época de furacões dentro do normal – com desvio ligeiro possível, podendo terminar ligeiramente acima ou abaixo, nada de mais
- As tempestades que surjam podem, contudo, vir a ser mais intensas que o normal – particularmente aquelas que se formem mais a Sul e consigam um movimento para leste em direção às regiões de risco mais habituais
- Maior probabilidade de curva dos ciclone para Norte e depois Nordeste, podendo aproximar-se mais facilmente de águas Portuguesas, o que irá aumentar o nosso grau de risco para a possibilidade de um fenómeno deste género se aproximar
- Maior probabilidade de formação de ciclones nas latitudes subtropicais, com risco mais evidente para os Açores entre setembro e outubro
- Possível prolongamento da época de furacões até dezembro, uma vez que o oceano se deve manter mais quente até mais tarde, e há sinais que apontam para condições favoráveis mesmo até perto do Natal
Obrigado pela leitura desta previsão, que esperamos que lhe seja útil!

Conte-nos comentários abaixo: Qual a sua opinião sobre esta época de furacões atual? Acredita que será mais ou menos ativa? Participe!
Muito obrigado pela leitura desta previsão, que esperamos que lhe seja útil!
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Boa tarde Luso Meteo, obrigada pela interpretação dos possíveis Furacões.
Desejo que em Portugal, não sejam mais severos que os do ano passado.
Precisamos de chuva. O que me transtorna são os ventos extremos, que provocam muita destruição.
Obrigada Fábio Félix.
Obrigado pelo comentário!