Temperaturas devem descer finalmente na segunda quinzena de agosto… se os furacões deixarem – saiba as previsões (incluindo análise do furacão ERIN)

Conteúdos
Não é novidade nenhuma – por norma as temperaturas (pelo menos em média) têm tendência a descer na segunda quinzena do mês de Agosto, devido a variados fatores – sendo aquele que é mais consistente de ano para ano, obviamente, a ser a redução da intensidade e duração do sol, que influencia o comportamento atmosférico geral
Mas, este ano, tudo parece um pouco diferente no Verão em Portugal – o calor está a ser mais prolongado, as descidas de temperatura não são mais que descidas para os valores normais, não se registando dias com temperaturas abaixo da média, e voltando a “torradeira a ligar” poucos dias depois
É, por isso, para já, difícil acreditar que as temperaturas vão finalmente baixar – sim, é certo que um dia irão baixar, contudo, com constantes adiamentos, e com modelos meteorológicos com cenários ainda tão incertos, as nossas previsões tornam-se muito complicadas
Mas, analisando os ensembles dos variados modelos (e parece haver geralmente alguma consistência entre eles) parece haver efetivamente uma descida da temperatura após dia 17, sensivelmente (POR FIM!) – contudo, como podemos ver na imagem abaixo, há muita incerteza no que vem pouco depois, com alguns modelos a continuarem a prever calor intenso pouco depois, por volta de dias 21\22 em diante – será mesmo assim, uma descida temporária, antes de mais calor?

TEMPERATURAS DESCEM APÓS DIA 18, MAS POR QUANTO TEMPO?
Esta onda de calor é histórica – não há outra forma de a analisar – em alguns locais durando, efetivamente, toda a primeira quinzena de agosto, e em alguns locais vindo já desde julho!
Em alguns locais a duração da mesma irá rondar cerca de 18 a 20 dias, aparentemente, o que significa que é a mais prolongada em registo. Em termos de intensidade, em média, poderá ser também a mais intensa – embora não tenha havido, no geral, extremos absolutos de temperatura
Se as temperaturas não estão a atingir valores já atingidos noutros anos, como por exemplo em 2018, é preciso lembrar e distinguir entre picos de calor extremo, durante 2\3 dias, e ondas de calor prolongado – é muito mais significativo para a saúde pública, ecossistemas, e, também, para a vegetação\stress vegetativo, que influencia o risco de incêndio termos 40ºC durante 15\20 dias do que termos 1 ou 2 dias de 45ºC, descendo logo depois
Nos últimos anos tivemos MUITA sorte, com o calor a passar ao lado, e com Espanha e França, no geral, a levarem com o pior das ondas de calor que se foram registando. Este ano, contudo, a dorsal africana “estacionou” sobre Portugal Continental, com uma massa de ar quente praticamente estática. E o seu fim ainda é incerto – isto porque modelos como o UKMO, por exemplo (geralmente visto como o segundo melhor modelos meteorológico do mundo) ainda insistem que o calor pode continuar
Sim, a previsão é agora de 20 a 22ºC a 850hPA (1500m), e não 28ºC – uma descida a rondar 6 a 8ºC. Contudo com temperaturas atuais de 42-44ºC uma descida de 6 a 8ºC pode significar que as temperaturas ficam ainda perto de 35ºC pelo menos até dia 20 (ver carta abaixo)

Portanto, de forma resumida, se parece muito provável uma descida de temperatura após dia 18 (isto depois de um pico intenso de calor no Algarve entre dias 17\18, devido a uma intensificação do fluxo Norte, que levará o calor mais intenso a esta região, que até tem escapado!), também parece possível\provável que as temperaturas voltem a subir depois, por volta de dias 22\23
Contudo o efeito dos furacões será evidente – primeiro o super furacão Erin, com trajetória incerta, terá uma palavra a dizer na posição do anticiclone dos Açores, que é, obviamente, o grande fator que influencia estas previsões. Mas não é só: Há uma pequena perturbação com “vontade” de evoluir para tempestade subtropical que pode baralhar tudo novamente
Podemos ver essa perturbação assinalada na carta abaixo, segundo análise do National Hurricane Center, perto da Costa Leste dos E.U.A – devendo depois mover-se para mais perto dos Açores, segundo alguns modelos

TEMPESTADE ERIN – FUTURO FURACÃO (TALVEZ FURACÃO “MAJOR”) – COMO A ATIVIDADE TROPICAL PODE INFLUENCIAR O TEMPO EM PORTUGAL
Já depois da tempestade tropical Dexter se ter dissipado, sem que tenha afetado Terra, mas tendo acabado, por, indiretamente, ter trazido o calor a Portugal, novamente, após dia 10 de agosto, com mais intensidade, eis que surge muito mais atividade tropical no Atlântico – voltando a baralhar tudo
Antes da tempestade tropical Dexter tudo levava a crer que era provável que o calor mais extremo tivesse terminado, e que tudo normalizasse, mas esse fator imprevisto levou-nos a atingir, novamente, 45ºC (Alvalade, 12 de agosto de 2025), a temperatura mais alta registada neste mês de agosto
Começamos por falar do furacão ERIN: Este formou-se na região principal de desenvolvimento, e ainda como perturbação tropical, afetou Cabo Verde, com fortes impactos. Agora é já uma tempestade tropical, e, em breve, será um furacão. Depois disso, e na aproximação provável às Antilhas\Caraíbas poderá transitar para super furacão, categoria 3 ou superior. Mas é aí que a incerteza começa!
Será que o ciclone irá continuar o trajeto para Oeste, em direção aos Estados Unidos da América, ou curvar rapidamente para Norte, e afastar-se? Para já o cenário 2 parece mais provável, e aí entra, então, a incerteza – pois ao curvar para Norte começa a interagir com o anticiclone dos Açores, provavelmente, por volta de dia 20 em diante, com efeitos imprevisíveis!
Um furacão intenso no Atlântico, nesta altura do ano, caso se posicione numa latitude próxima aos Açores, irá, quase certamente, levar a um reforço do anticiclone e da dorsal africana novamente – havendo, assim, uma probabilidade de 50% de novo episódio de calor após dias 22\23 – já contando a incerteza na trajetória deste ciclone
E, quanto à descida de temperatura após dias 17\18 também será influenciada pela já referida perturbação perto da costa leste dos EUA (ver imagem acima) – caso se desenvolva pode também seguir um caminho para perto dos Açores – podendo assim, também ela, criar condições para que a dorsal africana do anticiclone resista sobre a Península Ibérica

RESUMO DE PREVISÃO
Enfim, com tudo isto, pensamos que dá para perceber o quão incerto está o tempo, e o quão incertas são estas previsões!
Mas, como muita gente não quer saber das incertezas, e do que as causa, e apenas quer uma previsão, podemos tentar resumir, sabendo, claro, que estamos sujeitos a erros – normais a esta distância temporal
- Dias 18 a 22 de Agosto: Descida das temperaturas, mais humidade, não descartamos alguma chuva fraca\chuvisco, temperaturas máximas no Interior, ainda assim, acima de 30-35ºC
- Dias 23\24 de Agosto: Pode dar-se o regresso do calor, com vento leste a ser possível, com máximos de 40ºC possíveis – e com calor, também no litoral
- Esta situação pode durar vários dias
- Assim, com as nossas previsões atuais, a última semana de Agosto tende a ser QUENTE
- Prevemos assim um resto de agosto com temperaturas acima da média em Portugal Continental, com alívio temporário no calor alguns dias, apenas
Nos Açores tudo dependerá da evolução tropical, mas é provável, precisamente tempo tropical – quente e abafado, com possibilidade de instabilidade ocasional – esse cenário é ainda mais provável entre dias 20 a 25 de agosto
Na Madeira, mesmo com tantas mudanças nos padrões atmosféricos, não deve mudar muito – mantém-se o tempo quente, no geral, e seco – o mesmo que temos assistido, no fundo!
Atualizaremos a informação quando possível! Muito obrigado pela leitura desta previsão, que esperamos que lhe seja útil!

Conte-nos comentários abaixo: Ansioso pelo regresso do tempo fresco? Considera normal as temperaturas que temos registado? Participe com a sua opinião!
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