Dezembro pode vir com tempestades e com fenómenos menos comuns, por isso aproveite os próximos 10 a 15 dias – saiba a nossa previsão inicial!

Conteúdos
Chegou o bom tempo, e dezembro está à porta, com tempestades? – será este um sinal de um Inverno mais seco, como previmos, ou poderá trazer uma grande viragem novamente, neste 8 ou 80 que temos vivido? É exatamente isso que prevemos, e já explicaremos de que forma – mas, resumidamente, dezembro poderá ser algo até excecional – embora com incertezas nos efeitos exatos – e contrariamente às previsões iniciais!
Novembro termina com uma transição de regimes atmosféricos, com alguma variabilidade, com uma crista Atlântica a trazer frio, uma curta incursão de alguma depressão a trazer chuva talvez no fim-de-semana 22\23 conforme já dito, e depois possivelmente uma variabilidade de padrões, mas sempre sem muita chuva – 90% da chuva de novembro terá já caído, principalmente devido à depressão Claudia
O IPMA confirmou agora a ocorrência de um tornado em Albufeira, classificado como IF2, com ventos máximos de 220km/h – impressionante. Não é inédito, mas o facto de terem ocorrido vários fenómenos deste género num curto período de tempo demonstra o potencial que existe no Atlântico quente, e nos choques de massas de ar que geram as tempestades, que podem trazer algo excecional, potencialmente, uma vez que o vórtice polar estará alongado e será empurrado para Sul, e a corrente de jato irá mergulhar para latitudes mais a Sul, também
Contudo, e para já, não estamos a ver uma reversão dos ventos em altitude, e, embora seja difícil prever, este reforço do jato polar poderá levar a mais depressões a circular no Atlântico em latitudes próximas à nossa. Assim, e embora incerto, dezembro poderá trazer situações de tempestades Atlânticas, com cavamentos significativos – ciclones que se originam explosivamente (ciclogéneses)
Davide, Emilia, Francis… não se admire se ouvir falar neste nomes de tempestades – sem dúvida haverá situações a acompanhar – mas será que haverá frio, também? Continue a ler para mais detalhes!

O QUE MOSTRAM OS MODELOS PARA DEZEMBRO?
O modelo ECMWF (e outros sazonais) são conhecidos por terem um “bias” em relação à climatologia – ou seja quanto mais distante a previsão, mais tendência têm para mostrar o que é mais normal. E, nesta altura do ano, nos últimos anos (média climática) temos notado cada vez mais tendência para NAO+, menos chuva e temperaturas relativamente amenas
Na verdade nos últimos 10-15 anos quase todos os meses de dezembro em Portugal foram secos e amenos, com poucas exceções. Isto significa que o facto do modelo ECMWF estar a prever um padrão diferente da climatologia com alguma confiança (neste caso um bloqueio, a vermelho) mostra que há sinais de grande confiança numa mudança significativa!
Contudo muito se tem falado de frio, e é aqui que é preciso moderar as expectativas se é amante da neve – poderá vir a ocorrer, em entradas marítimas, com ar polar modificado – mas a probabilidade de entradas de leste, com verdadeiro frio siberiano, que causam as maiores surpresas, habitualmente, para já parece pouco provável
Assim, vamos seguindo com atenção toda esta situação, mas os modelos respondem rapidamente às alterações que já referimos – as fases 7\8 da MJO, o vórtice polar enfraquecido, e movido para Sul, entre outras, e simulam alta pressão em latitudes altas. Como é óbvio a atmosfera busca equilíbrio, e se as altas pressões fogem para Norte, as baixas pressões fogem para Sul – afetando potencialmente Portugal, então, desde os Açores ao Continente, passando pela Madeira – continue a ler para potenciais efeitos

TEMPESTADES VIOLENTAS, OU ALGO MAIS NORMAL?
Agora que já estabelecemos que o mais provável é termos a formação de tempestades, que podem vir a afetar o nosso país, certamente que a pergunta que muitos farão é o quão intensas podem ser essas tempestades? E a resposta que podemos dar, para já, é que há potencial para serem mais intensas que o normal, mas obviamente que os efeitos no nosso país são completamente imprevisíveis para já!
Com o ar frio a descer em latitude sobre o Atlântico a tendência será para a água arrefecer, gradualmente, mas, ao mesmo tempo, irá provocar choques significativos de massas de ar, que serão responsáveis pela formação de baixas pressões, que depois se irão intensificar explosivamente, os tais processos de ciclogénese. Portugal pode estar na rota de efeitos indiretos, pelo menos, com o anticiclone a quebrar, sendo impactos diretos perfeitamente possíveis
Dado que a nossa previsão inicial aponta para que sejam possíveis depressões com pressão mínima inferior a 970hPA, passando relativamente perto do nosso território podem surgir um ou vários temporais de mar, ventos fortes, compatíveis com avisos laranja\vermelho do IPMA, e com impactos grandes no nosso território. Também pode surgir algum fenómeno de precipitação mais intenso, como os causados pela depressão Claudia, mas é mais provável que agora venha a ser o vento o mais preocupante
E o frio? E a neve? Bem sei que somos repetitivos nas últimas previsões sobre este tema, mas, ao contrário do que parece ser a avaliação inicial dos modelos, e da comunidade meteorológica em geral, não prevemos nada de excecional em termos de frio – embora admitamos que possam haver alguns episódios de neve em cotas médias – mais frequentemente acima de 1200 metros, talvez pontualmente um pouco abaixo
Teremos, ao que tudo indica um dezembro de verdadeiro inverno, se calhar como não temos há uns anos… contudo é necessário dizer que estes “ingredientes” são os que estamos a analisar de momento, e há sempre uma incerteza nas previsões – que iremos referir a seguir!

PODERÁ HAVER UMA SURPRESA, E O ANTICICLONE REAGIR?
Sim, é sempre uma possibilidade! Embora o cenário acima descrito, com chuvas, ventos, agitação marítima e frio (nada extremo nesse aspeto) seja o mais provável, já houve situações que pareciam confirmadas, e viraram repentinamente, por isso mantemos isso em aberto
Particularmente com alterações no vórtice polar a incerteza é sempre elevada – basta que as depressões se mantenham um pouco mais a Oeste e o anticiclone subtropical sobre o Norte de África consiga afastar as mesmas, e veremos tempestades a afetar Reino Unido e França, por exemplo, enquanto em Portugal temos sol, ou apenas efeitos indiretos ligeiros
Diríamos que de momento parece menos provável, a probabilidade de precipitação acima da média parece muito elevada, sendo também prevista pelo modelo CFSv2 (Americano), de momento – no entanto esse cenário surge noutros modelos, embora menos “conceituados”
O melhor é ir seguindo dia a dia, e ir atualizando conforme vão surgindo novas informações. Ainda assim sem dúvida que dezembro poderá vir a ser um mês a acompanhar – quer seja pelo potencial para surgimento de tempestades, e muita chuva\vento em Portugal, incluindo as Ilhas, quer seja pelo potencial para frio caso o vórtice polar continue a sofrer com aquecimentos súbitos – algo que a ocorrer será mais notório na Europa Central\Leste e nos Estados Unidos da América
O mar quente na Costa Ocidental Portuguesa pode ser uma “benção” e uma “maldição” ao mesmo tempo – poderá afastar o frio mais extremo caso ele venha a surgir… e, ao mesmo tempo, pode intensificar depressões e fenómenos de vento e precipitação durante o último mês do Ano. Nos meses seguintes há mais dúvida, e sinal muito menos fraco para podermos prever, de momento

Esta não é a previsão final para este mês, que pode ainda sofrer alterações, mas sim um artigo de informação que pretende desde já alertar para a possibilidade de ser um mês com bastante instabilidade atmosférica, precipitação acima da média, e alguns fenómenos de vento
Se se vai confirmar? Não sabemos, obviamente, meteorologia, especialmente a médio-longo prazo, não é uma ciência exata. Mas este tipo de previsões são sempre úteis para termos atitudes de prevenção, que é essencial para evitar problemas de maior, caso se concretizem as previsões
Assim alertamos que devem desde já ser tomadas medidas para mitigar efeitos de chuvas fortes, talvez prolongadas, algum frio, vento forte e agitação marítima, que podem surgir principalmente a partir da segunda semana – prevenção é sempre o melhor, mesmo que depois nada ocorra!

Para já, conte-nos nos comentários abaixo: O que está a achar deste outono e de todos os fenómenos extremos que se têm vindo a registar?
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