Gabrielle a ganhar muito força! – Atualização de informação para Portugal – Depressão, ciclone, furacão, tempestade? Saiba quais as diferenças, afinal!

Depressão, ciclone, furacão, tempestade…Todos ouvimos estes termos ao longo do ano, e por vezes criam confusão – afinal qual a diferença? Qual o mais grave? É isso mesmo que explicaremos neste artigo – além de atualizarmos a previsão do furacão Gabrielle!

Começamos por atualizar rapidamente o estado atual do furacão Gabrielle – de momento categoria 1, com ventos médios de 140km/h, parece óbvio que à hora de escrita desta previsão está a ser CLARAMENTE menosprezado. Parece bem provável que seja já um furacão MAJOR, categoria 3, com ventos acima de 200km/h

A imagem de satélite com aquilo que designamos por “pinhole eye”, ou seja um olho pequeno e aberto, e a estrutura a compactar, com convecção profundo a toda a volta do centro denota claramente uma intensidade superior à oficial – infelizmente sem dados para o poder comprovar, para já – não há aviões de reconhecimento

AFINAL QUAL A DIFERENÇA ENTRE DEPRESSÃO, TEMPESTADE, FURACÃO, CICLONE?

Depressão é o termo usado para designar um centro de baixas pressões (sendo que é exatamente o mesmo que ciclone, são sinónimos), provocando chuvas, ventos etc… Tempestade é um termo utilizado para definir um episódio de mau tempo, sendo que não há uma definição exata… digamos que alguns podem considerar que uma determinada depressão provocou uma tempestade, outros podem dizer que nem por isso… é subjetivo, no fundo!

Depressão tropical já é algo completamente diferente, trata-se de uma depressão com características tropicais, com um núcleo mais quente, necessitando de água quente (geralmente 24-26ºC, pelo menos) para se formar. Todos os furacões passam por esta fase, inicialmente, mas nem todos evoluem para furacões. Antes disso precisam de evoluir para tempestade tropical, e ganhar força!

Furacão é exatamente o mesmo, no fundo é uma depressão de origem tropical, mas mais forte! Quando uma tempestade tropical se organiza e atinge ventos médios de pelo menos 120km/h passa a ser chamada de furacão, sendo que depois as categorias são também definidas pela velocidade de vento (um furacão categoria 5 tem vento médio de pelo menos 252km/h)

Um tufão é a mesma coisa que um furacão, sendo que apenas diferencia onde se localiza (furacão no Oceano Atlântico, tufão no Oceano Pacífico). No oceano Índico também existem estes fenómenos, e mais uma vez muda apenas o nome – normalmente são designados apenas por “ciclone tropical” independentemente da intensidade

Tornado é algo totalmente diferente, sendo um fenómeno de pequena escala, afetando uma zona muito pequena em comparação com os ciclones. São fenómenos de previsão praticamente impossível, pois formam-se repentinamente, numa área de instabilidade. Apenas conseguimos prever a possibilidade de ocorrerem, mas não de forma mais exata

No fundo são muitos termos para designar variados fenómenos extremos, sendo importante reter que todos eles têm as suas diferenças e semelhanças – e é importante assim perceber que qualquer situação das referidas pode ser designada por depressão, pois é termo “universal e abrangente” – qualquer furacão é, também, uma depressão – no sentido que é um centro de baixas pressões!

Contudo os diversos termos existem precisamente para evidenciar estas diferenças, e o nível de risco de cada situação – quando falamos em furacão imediatamente associamos a algo mais extremo – e é a verdade, um furacão é algo habitualmente muito mais intenso que uma depressão de Inverno que muitas vezes afeta Portugal

Há ainda uma última situação que gostaríamos de referir – que é um ciclone de origem tropical no Mediterrâneo, cada vez mais quente! Esses são habitualmente conhecidos por Medicanes, da junção de palavras “Mediterranean” e “Hurricane”, em Inglês, traduzido como furacão no Mediterrâneo

Um exemplo de um fenómeno deste género é o “Daniel”, que vitimou mais de 10000 pessoas na Líbia, em 2023, infelizmente

FURACÃO GABRIELLE – EFEITOS NOS AÇORES E EM PORTUGAL CONTINENTAL?

Gabrielle está agora a intensificar-se, e como referimos provavelmente já acima do valor oficial – é provável que seja já um furacão categoria 2, senão mesmo 3. É, aliás, a previsão oficial de categoria máxima prevista para este ciclone

Contudo, olhando ao aspeto, e a alguns modelos de previsão, e às condições atuais, pode atingir nas próximas 24h (entre segunda e terça-feira) categoria 4, quem sabe surpreender e chegar mais perto de categoria 5. Felizmente é quase garantido que perderá muita intensidade na aproximação aos Açores

As trajetórias possíveis são diversas ainda, mas com probabilidade de impactos diretos nos Açores, a nível de chuva, vento e agitação marítima a ser agora superior a 95% entre dias 25 a 27 de setembro. Contudo ainda não é possível dizer quais podem ser as Ilhas mais afetadas – uma trajetória mais sobre o Grupo Ocidental levará o pior a estas Ilhas, assim como ao Grupo Central, mas um pouco mais a leste e os impactos nas Ilhas Orientais serão piores. O mar estará agitado em todo o arquipélago

Detalhes de previsão só mais perto  dos dias serão possíveis, uma vez que os ensembles mostram cenários extremamente variáveis – desde uma simples depressão tropical, a um furacão muito intenso – para já não avançamos com qualquer valor para rajadas ou precipitação – demasiado cedo para isso mas em 96 a 120h, o tempo que levará a chegar às Ilhas, os modelos apontam para que possa ser furacão categoria 1, com rajadas de 120 a 160km/h. Novamente é MUITO CEDO para valores definitivos, e podem ser inferiores ou superiores a estes

Depois dos Açores há uma probabilidade (20 a 30%) deste ciclone afetar a Península Ibérica, mas será sempre algo sem grande intensidade – poderá dar alguma chuva no entanto. A confirmar, era algo já referido na previsão semanal – há igual probabilidade de fugir por completo e continuarmos com tempo seco e quente!

Últimas previsões de trajetórias da tempestade Gabrielle

Muito obrigado pela leitura desta previsão, que esperamos que lhe seja muito útil!

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