Tempo em modo “montanha-russa” – semana termina com temperaturas mais próximas dos 30ºC no sul da Península Ibérica… Será que pode vir chuva depois? Saiba a nossa previsão!

Conteúdos
O tempo no final desta semana vai voltar a mudar, de forma algo drástica: uma nova massa de ar oriundo de África irá fazer os termómetros “disparar” novamente, para valores de temperatura pouco comuns para final de novembro, e, novamente, com poeiras a acompanhar
Estas poeiras começam por afetar as ilhas Canárias (Espanha), antes de serem transportadas para Nordeste, em direção a Portugal Continental, sendo que podem, eventualmente, afetar também, um pouco, e temporariamente, a Madeira
A concentração das poeiras é semelhante ao que foi registado há uns dias atrás: suficiente para deixar o céu algo amarelado, mas não ao mesmo nível do que foi registado em alguns dias da Primavera\Verão
Mas o destaque vai mesmo para a “montanha-russa” nas temperaturas: Apesar de haver ainda alguma incerteza associada, há indicações de que as temperaturas poderão vir a atingir valores entre 26 a 28ºC no último dia de novembro (sábado), antes de nova descida no domingo
É, de facto, impressionante! Valores de temperatura não muito longe de 30ºC no último dia de novembro ficará registado como mais uma anomalia climática neste 2024 cheio de anomalias – e marcará o último dia de um novembro muito quente
Vejamos, antes de mais, a previsão de poeiras para Sábado, por volta das 12h – maior concentração a Norte e Centro, do que no Sul – o que poderá “ajudar” à subida da temperatura na região Sul para valores realmente anormais…

TEMPO ENTRE QUINTA A SÁBADO – UM “MINI VERÃO” QUASE EM DEZEMBRO
O tempo entre quinta (previsão completa já disponível AQUI) e domingo é uma espécie de “mini-verão”, quase em dezembro, embora com probabilidade de alguma precipitação no litoral Norte e Centro na sexta – a confirmar
Principalmente nas regiões a Sul do Tejo, onde deverá haver menos nebulosidade, é impressionante olharmos aos valores de temperatura previstos, e constatarmos que alguns modelos mais fiáveis, como por exemplo ARPEGE e ICON (e em certa parte os mais conhecidos GFS e ECMWF), mostram valores acima de 25ºC, o que pode ser conservador nesta altura do ano, pelo menos localmente – daí não descartamos valores mais perto dos 30ºC (maior probabilidade no intervalo de valores 26-28ºC)
Estes valores serão especialmente elevados no sábado, antes de uma nova mudança, uma vez que uma nova depressão se desloca para o Reino Unido – não tem nada a ver com a depressão Bert, em termos de intensidade, mas introduzirá ar um pouco mais fresco, de novo, e uma provável frente no domingo, a afetar Portugal Continental (e possivelmente a Madeira)
Podemos assistir a uma nova descida significativa da temperatura, embora tal deva ser mais notório a Norte – a Sul é provável que os valores se mantenham mais elevados, uma vez que os efeitos desta frente devem ser menos sentidos – mas pelo menos as poeiras e os valores absurdos de temperatura devem desaparecer…
Olhemos às previsões de temperatura máxima, segundo o modelo ICON-EU, para sábado, 30 de novembro – 26ºC na previsão, sabendo que é possível que localmente supere este valor, como é comum neste tipo de situações – impressionante é mesmo a palavra que apetece repetir, tendo em conta que estamos no final de novembro!

Apesar das temperaturas elevadas, e como referido, há probabilidade de precipitação nas regiões do litoral mais a Norte (previsão ICON-EU) – especialmente na SEXTA-FEIRA

DOMINGO TRAZ CHUVA – PODERÁ SIGNIFICAR QUE DEZEMBRO SERÁ CHUVOSO?
Sim, domingo deve trazer chuva, embora a localização e intensidade ainda estejam por definir – provavelmente mais no Norte e Centro, como é habitual
Mas isto não quer dizer que dezembro vá ser chuvoso – de facto continuamos a prever um dezembro muito seco, especialmente mais a Sul – infelizmente as perspetivas são bastante más, e agora que nos aproximamos das datas começamos a perceber que as previsões longo prazo… não andam longe da realidade!
De facto os padrões de larga escala previstos estão a verificar-se, e os modelos de médio prazo já respondem a estas mudanças com a instalação de um potente anticiclone sobre o Atlântico
Se a Norte ainda pode ir chovendo um ou outro dia, a Sul é menos provável – embora não descartemos, de forma ocasional!
Arriscamos dizer, no entanto, que a primeira semana de dezembro será um pouco mais “variável”, mas a partir daí as condições tendem a estabilizar ainda mais – significando que a segunda e terceira semanas de dezembro (incluindo o período do Natal) podem ser, claramente, mais estáveis
Assim mantém-se a previsão para dezembro, para Portugal Continental (e em certa parte semelhante para as ilhas), mas iremos abordar isso em maior detalhe na previsão mensal que divulgaremos em breve!)
Podemos ver a carta de previsão GEFS (ensemble GFS), referente a pressão atmosférica e precipitação para os próximos 15 dias – com probabilidade de precipitação a ser cada vez menor (linhas inferiores) e a pressão a subir bem – a média, assinalada com linha vermelha indica já 1030hPA sobre o nosso território!

SECA NO SUL – UMA PREOCUPAÇÃO, OU A CHUVA RECENTE ALIVIOU?
Aliviou, sim, um pouco – mas não o suficiente para retirar a preocupação, principalmente perante a perspetiva de um inverno seco
Temos agora uma situação melhor, felizmente, no sotavento – algumas das albufeiras subiram mais de 10%
Ainda assim continuam abaixo da média para esta época do ano
No barlavento estão em níveis muito baixos, em média com apenas 12% da capacidade total armazenada
Infelizmente o período mais chuvoso deste outono\inverno pode ter passado, nestes últimos 2 meses, e até março as perspetivas são más – resta esperar que sejam previsões erradas, e que chova, ou então que venha a chover na primavera
No entanto devem ser tomadas todas as medidas de prevenção, adotar comportamentos compatíveis com a situação (poupar água ao máximo!), e ter noção que, mesmo chovendo 1\2 dias nada resolve – a situação de seca é crónica, e não há previsão de normalização – de facto há anos que a região se encontra em seca, com períodos melhores, e outros piores – podemos estar a entrar agora num período pior
Este tipo de mensagem não pretende alarmar, mas sim sensibilizar para a importância das medidas de mitigação da seca, antes que seja tarde de mais: Se chover, melhor! Se não chover, tudo o que se possa fazer para poupar água pode ser valioso
Fica, segundo o SNIRH, o armazenamento de água em albufeiras, dados mais recentes – onde sobressai o barlavento algarvio – situação, de facto, complicada!

Conte-nos nos comentários, abaixo, se se sente preocupado com a perspetiva de pouca chuva no inverno, e a ausência de frio! Tem consciência dos impactos que pode haver nos ecossistemas? Tem notado alterações na vegetação\comportamento de animais etc? Conte-nos! Participe com a sua opinião, é muito importante para nós!
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Apesar de já ter apanhado muitas molhas neste outono, tenho a real noção que a chuva é muito pouca para as necessidades,
e que o frio não tem aparecido há alguns anos (dias e dias de geada seguidos já não me recordo de ver).
Em relação a poupança de água, sempre tive muito cuidado e esse cuidado já está incutido nos meus filhos (adultos). Aliás,
tento ser o mais poupada em todos os níveis, pois viver em Portugal é quase como viver num pais rico, mas em que a população passa dificuldades.
Obrigada Luso Meteo (Fábio Félix) pelo maravilhoso trabalho desenvolvido.
A.T.S.
Eu vivo sozinho e gasto por média 1M cúbico de água por mês já tou habituado a fazer gestão no consumo de água há muitos anos sempre foi assim desde muito novo na casa dos meus pais. Talvez o problema da seca no Algarve e outras regiões de Portugal não seja dos muitos consumidores domésticos mas sim de companhias privadas. Como no Algarve se há seca lá parem com o desperdício água para parques de golfe para os ricos e turismo. E as autarquias que adaptei um consumo de água. Em vez de a desperdiçar só para alimentar o turismo. Que façam como eu e milhares de outros portugueses.