Tempo INVERNAL para o fim de Março – Antevisão 24 a 31 de Março – A Primavera chegou, mas vem aí chuva e neve…

Conteúdos
O tempo tem estado algo variável, e tem havido bruscas mudanças de temperatura, nebulosidade, e as trovoadas também ameaçam (Devem mesmo aparecer na Quarta, dia 20, conforme a nossa previsão que pode ler AQUI)
No entanto para o final da semana, e conforme descrevemos na previsão semanal detalhada, o calor vai “apertar” e teremos pelo menos 1 ou 2 dias que em tudo irão lembrar Verão – com temperaturas a condizer, muito provavelmente com os primeiros 30ºC do ano – pode ler essa previsão AQUI
Ora, e é precisamente por aí que começamos, com a carta do modelo GEM, com temperaturas até 30ºC, mesmo no litoral Norte do país, por exemplo, para Sexta, dia 22 de Março – claramente um dia de Verão em Março – mas não se habituem, conforme iremos descrever já de seguida!
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O TEMPO VAI MUDAR BRUSCAMENTE, MAS PORQUÊ?
A atmosfera é extremamente complexa, e temos de olhar sempre a várias ligações, conexões e interconexões para conseguirmos perceber como é que o estado do tempo poderá evoluir
Primeiro vamos olhar à MJO – padrão de circulação à escala global nas regiões tropicais, que influencia o comportamento atmosférico global. Com base nesse padrão podemos perceber por exemplo a evolução provável da NAO (Intensidade do Anticiclone dos Açores, no fundo)
Como podemos ver na imagem a MJO encontra-se nas fases 6\7 (convecção ativa no Pacífico Ocidental), desde dia 14, sensivelmente. Em grande parte dos casos, após 10-15 dias isto leva a uma mudança para NAO- (Enfraquecimento do anticiclone dos Açores)
E é isso que está previsto segundo os modelos Europeus e da NOAA – como podemos constatar na carta abaixo
O QUE ESPERAR ENTÃO ENTRE DIAS 25 E 31 DE MARÇO?
- Até dia 24 de Março o tempo vai ser bastante variável – ora mais sol, ora neblinas, ora trovoadas ocasionais, e com variações de temperatura!
- O vento será de Norte entre dias 19 a 21 e por isso a temperatura um pouco mais baixa!
- Nos dias 22\23 o vento será mais de Sudeste, e por isso a temperatura sobe significativamente – no entanto… tudo indica que logo no dia 23 a começar pelo Norte o vento volta a rodar para Norte e a temperatura volta a descer
- No Domingo dia 24 pode já estar um pouco mais fresco, o vento volta a ser Norte, mas provavelmente ainda estará ameno!
- Entre dias 20 e 23 pode haver trovoadas, incialmente no Interior Norte e depois cada vez mais prováveis a Sul, com a descida progressiva da depressão isolada
- A maioria dos modelos aponta para a verdadeira mudança entre dias 25 e 26 de Março, com a chega de uma nova perturbação – passaremos a ter maiores probabilidades de chuva, vento, e voltará a nevar nas Serras – inicialmente em altitudes elevadas (Serra da Estrela, mais provavelmente) mas não descartamos que neve em altitudes mais baixas depois, por volta de dias 27\28 a 30\31 de Março – um período Invernal
- Os modelos estão bastante confiantes num cenário não muito diferente do registado entre a primeira e segunda semana de Março – ou seja com “corredor de depressões”, chuva, frio e neve de forma algo constante durante 2\3 dias – obviamente que os detalhes são para confirmar
- Segundo o ensemble EPS-ECMWF e outros modelos utilizados nesta análise, e os critérios de emissão de aviso e consequente nomeação de depressões há uma probabilidade a rondar 40 a 55% de termos uma nova depressão nomeada (considerada “de alto impacto”) devido ao vento forte e agitação marítima
- Os dias com maiores probabilidades de chuva são precisamente por volta da Páscoa – segundo o ECMWF dias 27\28\29 e 30 têm probabilidades elevadas de precipitação, com a probabilidade a reduzir gradualmente a partir daí. Este cenário é, no geral, corroborado por outros modelos, o que confere um grau de confiança maior à previsão!
- Assim sendo a Páscoa deverá ser fresca, e húmida, sendo para já impossível prever com certezas a chuva no Domingo de Páscoa – pode acabar por ser um dia de transição por exemplo, prever para um único dia a esta distância ainda é impossível. Mas a probabilidade de chuva é elevada
Podemos ver, pelo modelo ECMWF-AIFS (nova versão do ECMWF) que o acumulado previsto até final do mês é significativo – muita chuva – no entanto muita na “zona do costume” e um pouco menos a Sul – mas ainda assim uma das melhores situações do ano! – vamos ver como tudo evolui!
IRÁ VOLTAR A HAVER NEVE NAS SERRAS?
A resposta para a Serra da Estrela é, com 95% de certeza, ou mais, SIM: A neve volta no fim de Março, depois de derreter durante a semana 18 a 24 (de Março)
A resposta para outras Serras é mais complexa, mas pelo menos para as mais altas (Gerês\Larouco, Marão…) é muito provável o regresso da neve, com acumulação
Noutros locais em altitudes médias-altas, como serão o caso de Montemuro, Caramulo, Serra da Lousã, ou localidades como Montalegre ou Guarda, entre outras, a resposta é muito mais difícil – afinal estamos no final de Março, os dias crescem rapidamente, e a energia solar é cada vez maior, tornando mais difícil a neve nestas altitudes (Abaixo de 1200-1300m)
No entanto dependendo do posicionamento final das depressões, e a influência marítima nas massas de ar é ainda perfeitamente possível que volte a nevar nos locais referidos, possivelmente para a despedida antes do Verão – mas não se deve aproximar do nevão do início do mês
Assim, se ainda não viu neve na Serra da Estrela este ano, e ainda deseja fazê-lo tem 2 opções – uma visita até ao final desta semana, encontrando neve apenas no topo e já em derretimento, ou então aguardar que caia novamente no fim do mês e fazer uma visita no início de Abril – sendo muito provável a sua presença nos pontos mais altos!
Podemos ver na imagem a previsão de queda de neve pelo modelo ECMWF-EPS até final do mês (Acumulado total, bastante neve!)
E EM ABRIL? CONTINUAREMOS COM ESTE TEMPO CHUVOSO?
A inconsistência nas previsões torna esta resposta EXTREMAMENTE difícil, no entanto o cenário já descrito nas nossas previsões a longo prazo, da transição para um período mais Primaveril, com temperaturas gradualmente mais elevadas, tendência para depressões mais a Norte, e menos frio, e com instabilidade a aparecer com mais frequência continua a ser o cenário favorecido, pela maioria das teleconexões
Em Abril estaremos já a terminar a fase positiva da ENSO (El Niño) e a entrar na fase neutra, e por vezes estas mexidas rápidas na temperatura oceânica têm alguma influência atmosférica, mas é muito cedo ainda para dizer
No entanto em Abril, na primeira quinzena, ainda contamos com 1 ou 2 episódios que ainda lembram o Inverno – mais vento, mais fresco, quem sabe alguma chuva, e o calor ainda não se deve conseguir impor de forma muito intensa e\ou persistente
Mas, à medida que o mês avança, teremos certamente o calor a surgir de forma mais intensa, e uma possível onda de calor na segunda quinzena, com o fortalecimento do anticiclone é algo bastante provável
Olhemos agora ao VÓRTICE POLAR e como se está a comportar no final do Inverno\início de Primavera, antes de finalmente “desaparecer” para a chegada do Verão (totalmente normal por volta do meio de Abril!)
O vórtice polar está muito fragilizado, e desposicionado, e está agora em fase de reposicionamento para o seu local natural (e este reposicionamento também será um dos fatores que irá levar uma alteração no padrão atmosférico, pois favorecerá temporariamente as altas pressões em latitudes altas!)
Assim depois do final de Março chuvoso, frio e instável, nos primeiros dias de Abril o vórtice polar estará um pouco mais robusto, obviamente que nada a ver com o Inverno, mas isso não seria de esperar, e assim, combinado com o natural aumento da intensidade solar, favorece o fortalecimento do anticiclone (NAO+)
Daí estarmos, de facto, a prever que no início de Abril o tempo volte a estabilizar, logo nos primeiros dias – sem descartar obviamente, dada a distância temporal alguma alteração, pelo que sugerimos sempre o acompanhamento da informação diária e semanal (AQUI e AQUI)
Podemos ver a previsão de geopotencial (anomalia) para a primeira semana de Abril pelo modelo CFSv2 (o que nos mostra uma tendência muito difícil de interpretar, muita incerteza!)
NOTAS FINAIS E FONTES USADAS PARA A INFORMAÇÃO
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Fontes usadas para esta informação meteorológica
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