Furacão “Beryl” – Forte furacão pouco comum nesta altura do ano… e outras tempestades se devem formar (Chris, Debby?) – veja a nossa previsão!
Conteúdos
Uma temporada de furacões hiper-ativa estava prevista, e era algo com o que contávamos, sendo que a mesma está já a dar sinais do que poderá trazer
Apesar da época de furacões começar no início de Junho, e ir até Novembro, tipicamente os maiores furacões ocorrem em Agosto-Setembro, sendo que em Junho e Julho normalmente formam-se apenas pequenas tempestades tropicais, pois as condições para desenvolvimento geralmente são desfavoráveis
O furacão Beryl será uma exceção – aliás como já notado pelos especialistas do NHC – atingirá força de furacão, potencialmente intenso, já em início de Julho (possivelmente ainda será furacão em Julho, já iremos prever com mais detalhe)
Segundo o modelo GFS, um dos principais modelos globais para previsão destes fenómenos, logo atrás do Beryl surgirá um novo furacão, com trajeto semelhante, inicialmente, e também algo intenso
Ao mesmo tempo estamos a acompanhar uma possível tempestade tropical que se pode formar na Baía de Campeche, e afetar o México (mais uma!)
Assim, para além do furacão Beryl, podemos ter também a tempestade Chris, e ainda Debby, veremos como tudo evolui
FURACÃO “BERYL” – O QUE ESPERAR?
Este ciclone formou-se, aproximadamente, a 10ºN e 40ºW, uma latitude relativamente comum para formação tropical em Agosto\Setembro, e menos comum em Junho
Nesta altura do ano tipicamente este ciclone tipicamente seria destruído pelas poeiras, cisalhamento, e outras condições geralmente desfavoráveis – mas estamos em 2024…
Com a ausência de um El Niño (e até mesmo já com La Niña a começar a desenvolver-se), o cisalhamento vertical não é muito significativa, e, apesar da poeira, que de facto existe, a temperatura do mar ronda valores semelhantes ao que é encontrado em Agosto – pelo que as condições não são muito diferentes do que é habitual encontrarmos em Agosto para o seu fortalecimento
Não é surpreendente então que um dos modelos em que mais confiamos para previsões de ciclones tropicais, o modelo HWRF, esteja a prever um furacão “major”, com categoria 3+, logo no início de Julho, na aproximação às ilhas Leeward (Ilhas de Sotavento), onde vivem mais de 300 mil pessoas
A sua trajetória ainda é incerta, mas por exemplo esse mesmo modelo, HWRF, traz esse ciclone por cima dessas mesmas ilhas (principalmente as ilhas mais a Sul) como, por exemplo, São Vicente e Granadinas
Deve ser realçado tanto a incerteza na trajetória como intensidade, mas estamos a apontar para um ciclone categoria 3 como pico, neste momento como mais provável (possibilidade de ser um ciclone categoria 2 intenso, ou mesmo chegar a 4) afetando então as ilhas de Sotavento, possivelmente passando de raspão por algumas outras ilhas das Caraíbas, antes de tocar terra, ainda com intensidade, possivelmente no México (Yucatan), ou então um pouco mais a Sul (Guatemala ou Honduras)
É possível que sofra um desvio que o leve mais para Norte, até para o golfo do México, mas uma alta pressão nos EUA deve impedir, e continuar a promover o movimento geralmente E-O deste ciclone
Siga as recomendações das autoridades locais se está numa das zonas possivelmente afetadas por este ciclone, e siga o NHC para atualizações
Fica a trajetória mais provável, com base na média de modelos (Blend dos modelos de furacão + GEFS + EPS)
MAIS FURACÕES LOGO A SEGUIR? SIM, PROVAVELMENTE…
Atrás do “Beryl” surge já outra perturbação, que, às 06h deste Sábado, está sinalizada como tendo 50% de probabilidade de desenvolvimento segundo o NHC
No entanto dadas as condições, e suporte dos modelos, é muito provável que se forme, e a probabilidade suba nas próximas horas
Poderá ter um de dois nomes: Chris, ou Debby
Isto porque dependerá de qual se forme primeiro: Esta perturbação, ou a já referida perturbação na baía de Campeche
Comecemos por falar dessa, uma vez que é uma situação que se tornou recorrente neste mês, depois do trágico landfall do ciclone “Alberto”, houve uma outra perturbação não nomeada, mas que causou também inundações no leste do México, e agora a ameaça de uma nova tempestade, num mês geralmente pouco ativo
A probabilidade de formação desta tempestade é também 50% – e mesmo que se forme tem um “limite teórico” mais baixo – no máximo será uma tempestade tropical, não chegando a furacão
Mas ameaça com mais chuva o México, em zonas já inundadas, infelizmente
Já o ciclone que se encontra logo atrás do Beryl pode vir a seguir uma trajetória semelhante a este, sendo que é bem provável que chegue também a furacão – dois furacões em poucos dias nesta altura do ano é EXTREMAMENTE INVULGAR, e um forte sinal do que esta temporada de furacões nos pode trazer…
Segundo o modelo GFS fica uma imagem que mostra bem os dois ciclones referidos – o já referido Beryl, e outro logo atrás, enquanto a perturbação na Baía de Campeche não aparece assinalada – mas, olhando ao modelo HWRF, há boa probabilidade de se formar!
E PARA PORTUGAL, QUAL O SIGNIFICADO DESTES FURACÕES?
Conforme já discutido na previsão para o Verão, não nos irão, obviamente, afetar diretamente
No entanto tanta atividade nesta zona do Atlântico, para já, promove um anticiclone um pouco mais afastado para Oeste, mas a ganhar força
Por essa razão prevemos um início de Julho variável, iniciando mais quente, depois mais fresco (previsão semanal AQUI) mas depois o risco do fortalecimento do anticiclone a Oeste nos trazer alguma cut-off no Atlântico, e mais calor na segunda semana, com reforço do geopotencial, que começa a surgir
Prevemos um Julho quente, de uma forma geral, e muito por culpa da atividade tropical, mas falaremos em mais detalhe sobre isso na nossa previsão mensal, que será publicada neste Domingo, dia 30 de Junho
Para já veremos como evolui toda esta situação, e qual o efeito no anticiclone – mas mais uma vez reforço que não tem qualquer impacto direto em Portugal, e que a probabilidade que venham a ter durante o Verão é baixa
Fica a carta de anomalia de SST (Temperatura da água do mar), onde podemos ver a razão pela qual estes ciclones se reforçam mesmo sendo Junho – a água está típica de Agosto!
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Fontes usadas para esta informação meteorológica
