Um mês com bastante chuva, e depressões Atlânticas, ou o anticiclone consegue estabelecer-se? Eis a questão! – Vórtice polar alterado, será que o frio pode aparecer? – Saiba a previsão do tempo em novembro!

Conteúdos
Depois de um outubro com duas caras, inicialmente mais seco, e depois mais chuvoso, o tempo em novembro pode vir a trazer uma continuação do mês anterior, no início, com humidade, períodos de chuva com frentes com alguma intensidade, e dias escuros, intercalados com raros dias de sol, e temperaturas geralmente por cima da média
Mas será que novembro também será um mês marcado por duas caras, e com algumas mudanças mais significativas mais para a frente? Existe essa possibilidade, até porque o vórtice polar está a demonstrar enorme variabilidade, volatilidade de imprevisibilidade – e isso pode impulsionar mudanças de tempo repentinas na nossa latitude, com um jato mais irregular, o Atlântico a produzir depressões em latitudes mais baixas, e o frio polar a começar a descer em latitude, ocasionalmente
Contudo estas alterações são de difícil previsão, e sempre uma “surpresa” nos efeitos que produzem – baralhando os modelos meteorológicos, mesmo a curto prazo. No final de outubro estamos a ter um fortalecimento do vórtice polar, depois de uma perturbação significativa, que permitiu uma alta pressão sobre o Canadá e Gronelândia, num regime clássico de NAO negativa, e fluxo de depressões com chuva no fim de outubro em Portugal – ocasionalmente bem forte
O fluxo de energia tropical, de vários furacões, também ajudou a que a chuva fosse chegando, e temos mais um desses furacões a caminho da Europa, felizmente tendo perdido já a força e características tropicais – falamos do ciclone Melissa, que dentro de 5 a 7 dias, ou seja durante a primeira semana de novembro, estará em aproximação às Ilhas Britânicas
Apesar de já termos um padrão dominante NAO+, o mesmo é muito ténue – é verdade que o anticiclone está presente e isso nota-se – afinal de contas prevêem-se 2\3 dias mais secos no início do mês, e as frentes têm mais dificuldade em chegar ao Sul – contudo essa influência não é suficiente para impedir que continue a chover – e, por essa razão, a precipitação vai continuar, por vezes forte – e até com risco de mais situações que podem levar a inundações em Portugal Continental, ocasionalmente. Mas pode ser “8 ou 80”!

PREVISÕES DO TEMPO EM NOVEMBRO DE 2025
Antes de avançarmos para uma análise mais técnica, detalhada, deixamos aquilo que todos querem saber: Afinal como vai estar o tempo ao longo do mês de novembro? Em PORTUGAL CONTINENTAL esperamos estados de tempo algo variados, com alguns dias de sol, intercalados por depressões algo intensas, mas felizmente sem que haja probabilidade muito elevada de tempestades de vento – é provável que seja mais a chuva a trazer alguns problemas ocasionais
O período 1 a 10 de novembro ficará marcado por diversas alterações no estado do tempo, com sol entre dias 2\3, e regresso da chuva no dia 4, mais para o final do dia, mantendo-se no dia 5. Nos dias seguintes com incerteza, mas é possível que haja um período com algum sol entre dias 5 e 10, embora com algum dia chuvoso, pelo meio
De 10 a 20 de novembro teremos alguma variabilidade, e se é verdade que quase todos os anos o Verão de São Martinho surge, este ano pode chegar algo atrasado, pois no período 10 a 14\15 pode haver alguns dias instáveis. Depois disso acreditamos que possa haver uma alteração, e o anticiclone consiga permanecer um pouco mais sobre Portugal – portanto 15 a 20 de novembro com tempo mais seco? Provavelmente!
Isto pode estender-se para a terceira semana do mês e início da última semana – mais seco, alguns bons dias, tempo ameno – não esperamos muito frio, que continuará algo ausente, provavelmente, ao longo de todo o mês. Para o fim de novembro a previsão é mais incerta, mas é possível que voltemos a ter uma viragem para um período mais chuvoso (depois de dias 24-25)
As temperaturas, efetivamente, podem manter-se acima da média ao longo de grande parte do mês, com alguns dias mais quentes, ocasionalmente (24-25ºC de máximas) e alguns dias mais frescos. Não descartamos geadas, mas não serão frequentes, ou generalizadas, nem descartamos algum episódio de neve, mas deve ficar restrito às montanhas mais altas, a acontecer


A anomalia de precipitação, assim, deverá ser, quase certamente, positiva no Norte e Centro (acima do normal). Vai chover bem, por vezes, mas acreditamos que o sol também marcará presença em alguns dias\períodos – não estará sempre a chover, havendo lugar a alguns dias mais agradáveis. A anomalia positiva de precipitação pode vir de episódios ocasionais\torrenciais
A Sul há mais dúvidas, dependente do posicionamento final do anticiclone, e alguma depressão que possa surgir – vai chover algo, contudo – o que é bom, para ir mantendo humidade nos solos, e água nas barragens – mas não esperamos muita chuva
As temperaturas serão geralmente acima da média, e isso deve notar-se tanto nas mínimas como nas máximas – os fluxos subtropicais mantêm as mínimas elevadas em dias com precipitação. Assim que o anticiclone surge também as temperaturas sobem rapidamente com o sol – e tornam-se acima do normal. Apenas se houver alguma entrada fria, meridional, poderá haver geadas e\ou neve, e para já não estamos a prever (talvez perto do final do mês? vamos ver…)
Em resumo: Um novembro próximo daquilo que é o normal, no fundo, podendo ser 8 ou 80 por vezes – os modelos vão mudar muito, e tanto pode haver períodos com muita chuva, como o anticiclone se apressar a instalar-se de novo, e a chuva cessar rapidamente – Há sinais na estratosfera de alguma coisa a “cozinhar-se” para o inverno – será interessante perceber como poderá evoluir!

Ao olharmos para a carta acima já conseguimos perceber que o posicionamento do anticiclone parece estar a favorecer o tempo mais seco nos AÇORES – mas será mesmo assim? Não é fácil de dizer com certeza, e provavelmente não! Pode haver uma anomalia de precipitação negativa, ou chover menos do que o normal\média, mas nada de muito significativo, provavelmente
Em novembro nos Açores é comum chover bastante, por isso dizer que vai chover menos que a média não é o mesmo que dizer que não vai chover – vai chover certamente, e em alguns períodos com intensidade. Entre dias 1 e 10 de novembro prevemos três ou quatro situações de chuva, que podem ter alguma relevância, assim como algum vento. Entre dias 10 a 20 podemos ter mais duas ou três situações relevantes, intercaladas com abertas
O tipo de fluxos nestes dias deve variar entre Oeste e Noroeste, inicialmente, mais fresco, não descartando algum período de Sudoeste depois de dias 8\9, o que podia trazer temperaturas mais elevadas
As nossas maiores dúvidas ficam na segunda quinzena – com os modelos a apontarem mais estabilidade, e, possivelmente, a chuva a aparecer de forma muito menos significativa. Não há um suporte total nestas previsões, contudo, e continuamos a acreditar em mais dois ou três episódios de chuva (e vento) relevantes. Contudo o sol deve aparecer mais
Em resumo… vamos ver o que dá, mas tal como em Portugal Continental, o mais provável é que seja um novembro típico – em que a anomalia de temperatura não foge muito do normal, e a chuva vai aparecendo por vezes de forma intensa, intercalando com dias melhores

E na MADEIRA, quando terminam as temperaturas de Verão, chega o frio, e chove mais a sério? Bem, provavelmente não será em novembro!
As nossas previsões atuais apontam para algumas situações de chuva, mas muito ocasionais – grande parte do mês será com sol, ou com boas abertas. Algumas depressões ocasionais trarão algumas frentes que o anticiclone não conseguirá afastar, mas a tendência geral é para domínio do ar mais seco
Assim não temos períodos definidos para este arquipélago, embora possamos dizer que na primeira semana provavelmente teremos um dia de chuva, por volta de dia 4, a mesma frente que afetará o Continente, e por volta de dia 7 também há alguma possibilidade… já na segunda semana do mês é possível que haja mais algum dia de chuva, para já pouco previsível
Assim será também o resto do mês – apenas um ou outro dia de chuva entre muitos dias com tempo mais seco. Mas tempo seco não significa que não haja nevoeiros, por exemplo, ou que esteja sempre sol, obviamente
As temperaturas continuam acima da média, e embora em descida natural, podem manter-se enter 22 a 25ºC ao longo do mês – com mínimas quase sempre perto dos 20ºC – tropical! É improvável algum tempo mais frio, sendo que algum período mais quente até pode surgir na terceira semana do mês
Em resumo: Um mês semelhante a outubro – sem muita chuva, mas a surgir ocasionalmente, sem frio, bem pelo contrário, com nuvens, mas também alguns bons dias de sol – influência anticiclónica geral

VÓRTICE POLAR PERTURBADO, E FIM DA ÉPOCA TROPICAL – QUE IMPLICAÇÕES ESTE MÊS, E NOS PRÓXIMOS?
O vórtice polar este ano está com perturbações muito precoces – logo desde a sua formação tem tido dificuldades em estabelecer-se, com altas pressões a evoluírem da troposfera para a estratosfera, e a impedirem o mesmo de se reforçar como é habitual nesta estação do ano
O vórtice polar mais forte tende a manter o frio no Ártico, e as depressões mais afastadas, circulando mais sobre o Norte da Europa. Também ajuda na manutenção do gelo no Ártico, que, está neste momento no seu ponto mais baixo já registado para a época do ano – e estas alterações podem ajudar a manter essa situação, que é preocupante, e um dos principais motores do aquecimento global

As alterações na extensão e espessura do gelo no Ártico estão ligadas diretamente com alterações no vórtice polar, sendo que se é verdade que podemos dizer que um vórtice polar mais perturbado\fraco pode favorecer menos gelo, também é verdade o contrário – levando a um mecanismo de loop\feedback
As temperaturas globais também “respondem” a estas alterações – o hemisfério Norte está atualmente MUITO quente, no geral, com temperaturas até 2,5ºC acima da média pré-industrial. Isto leva a mais degelo, e mais aquecimento – e assim sucessivamente. As perturbações estratosféricas são apenas mais um dos efeitos de todas estas alterações
E se é verdade que podem provocar maior tendência para o frio polar descer em latitude, também é verdade que esse frio é cada vez menos – e, por isso, mesmo que haja situações em que o fluxo Norte se intensifica sobre Portugal\Europa, a tendência é para que o frio, o “pouco frio” que resta perca força na descida em latitude, razão pela qual o frio extremo em Portugal é, neste momento, algo do passado – e consequentemente a neve a cotas baixas – que cada vez mais será uma raridade
E por isso, apesar das notícias recentes que têm surgido, que noticiam um inverno extremamente frio\histórico, devemos desde já dizer que não é a nossa previsão – mesmo que o vórtice polar esteja perturbado, e vá continuar segundo as previsões, teriam de estar reunidas condições que, francamente, não parecem estar para que isso acontecesse. É, aliás, mais provável que o tempo no inverno traga temperaturas acima da média

O fim da época tropical (no Atlântico) parece evidente – não há agora grandes sinais para formações. No entanto há sempre a possibilidade de alguma surpresa, iremos manter-nos atentos. Contudo agora importa olhar ao Pacífico – onde nesta altura do ano por vezes surgem algumas das tempestades mais intensas
E, efetivamente, há já a previsão de um ciclone que pode vir a afetar as Filipinas dentro de alguns dias, ainda na primeira semana de novembro, sendo que na segunda semana há probabilidade de algo mais intenso, que iremos acompanhar
Esta atividade tropical no Oceano Pacífico, indiretamente, pode ter influência no tempo em Portugal – influenciando os padrões globais de circulação da corrente de jato. Algo a ter em conta, portanto – mais atividade tropical neste oceano pode significar tempo mais seco por cá
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