Tempestade Martinho pode ser uma das mais fortes dos últimos anos em Portugal – Muito vento e muita chuva… Saiba a previsão completa para cada região!

Conteúdos
A tempestade Martinho foi nomeada pelo IPMA, afetando Portugal Continental na quarta e quinta-feira, dias 19 e 20 de março, de forma bastante intensa – afetando tantas as Ilhas como Portugal Continental, tendo já sido emitidos diversos avisos – podendo esses avisos ser agravados, tendo em conta as previsões atuais
A depressão responsável por esta situação poderá ser uma das mais fortes a afetar Portugal nos últimos anos, apresentando uma pressão central a rondar 980hPA, poucos kms a Oeste da Costa Continental – sendo que deverá ter uma trajetória muito invulgar para uma tempestade em Portugal – uma vez que fica “presa” entre dois anticiclones, nos Açores e na Europa, é forçada a fazer uma trajetória quase paralela à costa Continental, de Sul para Norte, em cavamento (baixando rapidamente a pressão)
Alguns modelos simulam a possibilidade de uma ciclogénese explosiva (descida de 24hPA em 24 horas) bem perto da nossa costa, mas, para já, esse cenário, tecnicamente, não se deve verificar – a descida de pressão deverá ser inferior
Ainda assim, com as previsões atuais, parece muito provável que esta depressão, efetivamente, se venha a verificar como uma das mais intensas nos últimos anos em Portugal, e de forma bastante generalizada – dada a trajetória Sul-Norte todo o país deverá ser afetado pelos ventos fortes associados a esta depressão
Será também uma situação prolongada, começando logo na madrugada de terça para quarta (18 para 19) e só terminando já na sexta-feira (com vários períodos de pico e curtos períodos de desagravamento)
Estamos especialmente preocupados com o elevado risco de danos por vento severo, um pouco por todo o país, mas em especial em locais altos, expostos e do litoral Ocidental, e também preocupados com a possibilidade de inundações, sendo Lisboa claramente um local que estará em risco, assim como possibilidade de cheias de várias bacias hidrográficas, sendo o Tejo a que mais preocupa de momento
Podemos ver, na carta da AEMET, a previsão da depressão Martinho e das suas frentes associadas, entre quarta e quinta (assinalada com a letra B maiúscula na carta de análise frontal)

TEMPESTADE MARTINHO – EFEITOS EM PORTUGAL CONTINENTAL
Esta tempestade poderá ser a última a ser nomeada este ano (uma vez que esperamos mais influência anticiclónica a partir de dias 23\24), mas também pode ser a mais forte da temporada – e por isso pedimos muita atenção, é preciso lembrar que se trata de uma situação de impacto direto no nosso território, ao contrário de várias outras, nomeadas por outras entidades, que chegaram ao território de Portugal Continental já enfraquecidas
Os maiores riscos serão danos por vento, que será generalizado, muito mais generalizado que o habitual, com prováveis rajadas de 70 a 90km/h mesmo em zonas baixas, e superiores a 100\120km/h nos pontos mais expostos – sendo que a duração do episódio de vento, particularmente no litoral, também preocupa
A chuva será localmente excessiva, com a frente a poder trazer até 100l\m2 em 24 horas, em especial ao litoral, sendo que os modelos mais fiáveis simulam esses valores a cair na região de Lisboa – o que pode ser muito complicado
Dada a tendência dos modelos de preverem que haja até 150l\m2 de precipitação total em várias regiões, o risco de cheias será também elevado em várias bacias hidrográficas, entre elas o Mondego e o Tejo – mais a Norte possivelmente não tem chovido o suficiente para que haja tanto risco
De uma forma geral prevemos que o mau tempo comece então no litoral e terras altas logo na madrugada de terça para quarta (18-19 de março) com vento até 70-80km/h e aguaceiros\períodos de chuva, no litoral – pontualmente intensos, não descartando trovoadas
Esta situação irá manter-se durante boa parte do dia de quarta-feira, mas, gradualmente, o vento vai aumentando de intensidade no litoral, podendo atingir até 90-100km/h – com a chuva a cair sempre mais nas zonas mais perto do mar, e progredindo pouco para o Interior. Ao final do dia de quarta, e durante a madrugada e manhã de quinta-feira teremos o pico da tempestade (pelo menos da primeira fase), com a intensificação rápida do vento, que passa a soprar com rajadas até 120km/h no litoral e terras altas, e mesmo até 90\100km/h em locais mais baixos, mas expostos ao vento Sudoeste
Também haverá uma forte intensificação da precipitação, que começará também a progredir para o Interior, acompanhada de trovoada, ocasionalmente, com risco elevado, também, de fenómenos extremos de vento, como tornados
Podemos ver que a energia convectiva disponível, segundo as previsões, é bastante elevada, o que aumenta o risco de fenómenos mais severos que os descritos, localmente

O modelo ARPEGE, habitualmente relativamente fiável nestas situações, prevê rajadas de vento entre 110 a 120km/h, no litoral e terras altas, como referido, sendo que prevê também uma grande abrangência das rajadas superiores a 85km/h (assinalado pela cor vermelha no mapa seguinte)

A região mais afetada, e conforme já havíamos mencionado em previsões anteriores, pode ser a região Oeste, assim como o distrito de Lisboa, havendo elevado consenso para que seja aí que se registem as rajadas mais fortes, mas também a maior quantidade de precipitação
Dada a vulnerabilidade de alguns locais, não irá surpreender se o IPMA acabar por emitir um aviso VERMELHO se a situação não alterar

O mar estará muito agitado, com ondas máximas até 10 metros, especialmente na madrugada de quinta-feira, o período em que a depressão terá maior intensidade

EFEITOS NOS AÇORES
Esta tempestade, nos Açores, terá um efeito semelhante à Laurence em termos de intensidade máxima – rajadas entre 100 a 120km/h
As ilhas mais afetadas devem ser as Ilhas Centrais e Orientais, tanto em termos de intensidade máxima de vento, como duração, assim como precipitação e agitação marítima
É de esperar rajadas máximas superiores a 100km/h nas Ilhas Ocidentais (marginalmente, não deverá ultrapassar muito este valor) até meio do dia de quarta, melhorando depois, sendo que nas Ilhas Centrais e Orientais o período de pico deve ocorrer entre o meio da manhã e o final da tarde\início da noite – com rajadas até 110 e 120km/h, respetivamente
Haverá aguaceiros, que podem ser fortes nas Ilhas Centrais e Orientais – não havendo uma preocupação elevada com esta situação em termos de chuva, no entanto
O mar pode ter ondas até 6\7 metros de altura significativa, com ondas máximas superiores (superiores a 10 metros)
O tempo irá ficar mais frio, podendo nevar nos pontos mais altos do arquipélago (Pico)
Esta situação será relativamente passageira, com efeito anticiclónico logo na quinta-feira, e melhoria substancial do tempo. Podemos ver, na carta seguinte, a previsão de precipitação acumulada em 24 horas, entre as 15h de terça e as 15h de quarta, período de pico de precipitação, segundo o modelo ECMWF, assim como rajadas máximas no período de pico desta tempestade (final da tarde de quarta-feira, 19 de março)


EFEITOS NO ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA
Também para a Madeira o IPMA já emitiu avisos LARANJA por vento, e certamente justificados, pois haverá períodos em que realmente as rajadas serão muito fortes
Contudo devemos clarificar que as rajadas mais fortes se irão verificar nas regiões montanhosas, sendo de esperar que nas regiões menos expostas, como por exemplo no Funchal, o vento não seja tão forte, e seja dentro do normal de qualquer situação de Inverno
Ainda assim rajadas até 90km/h podem ocorrer, localmente
Nas terras altas o vento pode, então, atingir 120km/h, em dois períodos distintos – o início da tarde de quarta-feira, e, novamente, a manhã de quinta-feira – serão estes os dois picos de intensidade desta tempestade
Haverá também precipitação intensa, com acumulados totais possivelmente acima de 100l\m2 em alguns locais, e com períodos ocasionais em que a precipitação pode superar os 15l\m2 em apenas uma hora, especialmente nos períodos descritos (tarde de quarta-feira e manhã de quinta-feira), pelo que pode haver inundações
As ondas podem, à semelhança de Portugal Continental e Açores, atingir até 8 a 10 metros de altura máxima
O tempo deve melhorar após a passagem desta depressão, a partir de sexta (confirmaremos assim que possível…)

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