Gabrielle pode ser uma das piores tempestades em décadas nos Açores, com rajadas perto de 200km/h – agravamento das previsões para 26 de setembro

Conteúdos
Temos estado a acompanhar as previsões, e tem havido, naturalmente, altos e baixos – mas agora, e infelizmente a menos de 24 horas, a tempestade Gabrielle parece mesmo que poderá ser uma das mais fortes em décadas no arquipélago dos Açores, com rajadas incomuns, para além de violenta agitação marítima, e muita chuva
Se a chuva é uma incógnita – os vários modelos meteorológicos mais fiáveis, entre os quais ECMWF, GFS, ICON, e até alguns modelos de previsão específica de furacão, como HAFS ou HWRF – mostram cenários vastamente diferentes entre eles, o vento parece ter um consenso muito maior – as rajadas podem, efetivamente, chegar perto de 200km/h
Inicialmente até descartamos tal valor – não parecia uma probabilidade muito elevada – no entanto as mais recentes atualizações levaram-nos a crer que, infelizmente, é o mais provável – com uma situação realmente impressionante, devido a um processo conhecido como “extratropicalização” – quando um ciclone tropical deixa de ter água quente para se “alimentar” e o processo de intensificação passa a ser obtido através da interação com o jato polar e com massas de ar frio\água mais fria
É exatamente isso que irá acontecer – neste momento, à hora de escrita desta previsão, a tempestade Gabrielle perdeu muita força (temos até dúvidas que ainda seja um furacão…) – contudo irá ganhar força de forma muito rápida na aproximação\passagem pelas Ilhas, preciso devido ao processo acima descrito – ao encontrar água fria
É um cenário pouco favorável – pois um ciclone que parece já “ter pouco para dar” na imagem de satélite atual, irá intensificar precisamente “por cima” do arquipélago Açoriano. Esperemos, obviamente, que a intensificação não seja tanta como previsto!

TEMPESTADE GABRIELLE – RAJADAS VIOLENTAS – ILHAS DO GRUPO CENTRAL AS MAIS AFETADAS
Todo o arquipélago será afetado por vento forte, obviamente, mas como tínhamos vindo a referir havia uma tendência para as Ilhas Ocidentais e Centrais serem as mais afetadas. Temos de efetuar, no entanto, uma pequena correção na previsão, uma vez que as Ilhas Ocidentais devem ser menos afetadas do que inicialmente previsto
As Ilhas do Grupo Central do arquipélago devem ter a passagem do núcleo do ciclone muito perto (ou mesmo por cima…), em cavamento, e com a possibilidade de formação de um sting-jet – um fenómeno característico de ciclones em rápida transição extra-tropical – como foi exemplo o ciclone Leslie em 2018 em Portugal Continental
Assim, prevemos uma situação de risco MÁXIMO, incomum e potencialmente histórico (com potencial para recordes absolutos de intensidade de vento) com rajadas entre 170 a 210km/h possíveis nas ilhas do Grupo Central, sendo que é possível que as Ilhas mais a Norte do Grupo Central (Graciosa e Terceira) possam mesmo ser as mais afetadas. O pico desta situação poderá ser entre as 3 e as 12H de sexta, 26 de setembro
Gostávamos que fosse alarmismo, ou que fosse apenas mais uma tempestade, mas tudo indica que não é – teremos efetivamente algo menos comum no arquipélago, infelizmente – e por essa razão o governo regional dos Açores decreta o estado de alerta, precisamente para tentar evitar problemas de maior – falamos obviamente de perda de vidas humanas
Estragos avultados, milhares ou milhões de euros, serão inevitáveis, infelizmente – perante a força da natureza por vezes há pouco a fazer. Dentro do possível tente acautelar os seus bens e proteger o melhor possível do vento\chuva
ILHAS DO GRUPO ORIENTAL COM ALGUMAS DÚVIDAS NA PREVISÃO – PRECAUÇÃO MÁXIMA
Há mais dúvidas na previsão para o Grupo Oriental, uma vez que o modelo GFS, por exemplo, prevê a passagem do núcleo mais perto das Ilhas de São Miguel e Santa Maria. No entanto os ensembles parecem apontar mais para as Ilhas do Grupo Central, efetivamente
Ainda assim nada de baixar a guarda nestas Ilhas – o risco existe, certamente. Contudo com a previsão atual parece-nos que as rajadas não devem ir além de 100 a 110km/h – algo bastante mais normal e dentro do que é “habitual” em tempestades de Inverno

As ondas deverão atingir os 12 a 15 metros em todas as Ilhas durante a passagem do ciclone, sendo as Ilhas do Grupo Central também as mais afetadas pela agitação marítima
À medida que o ciclone cruza as Ilhas Centrais e se posiciona a Norte das Ilhas do Grupo Oriental, durante o dia de sexta, estas terão também o mar muito agitado – parece-nos ser o principal risco para as Ilhas de São Miguel e Santa Maria
Poderíamos dizer muito mais, mas a verdade é que as previsões estão feitas, e agora resta apenas prevenir ao máximo, e não levar esta situação como “apenas mais uma” – será efetivamente muito mais violenta que o normal, como mostra o índice de máximos extremos do ECMWF

Muito obrigado pela leitura desta previsão, que esperamos que lhe seja muito útil!
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