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Furacão Melissa vai mudar a Jamaica para sempre, com destruição quase total das regiões mais afetadas – a culpa é das alterações climáticas?

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O pior cenário concretizou-se: O furacão Melissa intensificou e atingiu o seu potencial máximo teórico – ou seja intensificou até ao limite da atmosfera, não tendo tido grandes barreiras para que isso acontecesse, e, agora, quando se espera que toque terra na Jamaica ao final da tarde, hora de Portugal, depois de um atraso em relação a previsões anteriores, parece claro: Nada será como antes neste país

A Jamaica já foi atingida por furacões intensos, mas nunca por um furacão categoria 5. O último furacão intenso a afetar a região foi o Beryl, no ano passado, quando era um ciclone de categoria 4 – mas sem impacto direto. Claro que a intensidade é um diferenciador, afinal estamos na presença de uma tempestade que já entra no top 10 das mais intensas já registadas no Atlântico. Mas o facto de ter um impacto direto nas Ilhas é o que realmente preocupa

Melissa tem estado num ambiente EXTREMAMENTE favorável para intensificação – água a rondar 30ºC, shear relativamente baixo – inferior a 10kts – e com um conteúdo oceano energético absurdamente alto – e isso levou à formação deste “monstro”. Durante o movimento lento para Oeste a intensidade foi aumentando, e, agora, com o movimento rápido para Norte em direção à Jamaica, com interação com a corrente de jato, não se nota que diminua, e há, até, uma pequena probabilidade que ainda atinja um pico ABAIXO de 900mb (atualmente registados 901mb)

Este tipo de pressão atmosférica no Atlântico Norte é muito rara, mas não recorde – esse pertente ao ciclone Wilma, com uma pressão de 882mb. Tal como o furacão Dorian mudou as Bahamas, ou boa parte, para sempre, o mesmo acontecerá com o furacão Melissa – muitas zonas ficarão irreconhecíveis, destruídas – uma verdadeira situação de catástrofe, e perdoem-nos os termos usados, mas a verdade é que será como uma bomba a cair nas regiões afetadas

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A geografia, relevo e orografia da Jamaica amplificarão ainda mais os efeitos – acima dos 600 metros de altitude é onde os ventos têm sido registados com maior intensidade pelos aviões caça furacões da NOAA – e, infelizmente, há muitas regiões acima dessa altitude. As rajadas? Bem acima de 300km/h. Os efeitos? Catastróficos

A aproximação final do furacão Melissa à Jamaica
A aproximação final do furacão Melissa à Jamaica

CATÁSTROFE NA JAMAICA – EFEITOS PREVISTOS DO FURACÃO MELISSA

Agora que o furacão está já tão perto, e com oscilações de intensidade já pouco significativas, é possível fazer uma previsão mais correta daquilo que realmente poderá acontecer, e a previsão é simplesmente… assustadora

É triste dizermos isto, e percebermos isto, mas deve ser claro – TODA a gente tem de evacuar a região, pois infelizmente será muito difícil sobreviver àquilo que essencialmente será equivalente a um tornado com algumas dezenas de kms de extensão – muito mais do que um tornado, que habitualmente afeta áreas pequenas

As rajadas de vento entre a Costa Oeste e o Centro\Centro-leste da Jamaica podem atingir, facilmente, os 280km/h, sendo que nas montanhas e pontos mais expostos ventos acima de 300km/h são bem prováveis – difícil mesmo será haver registos de tal, uma vez que as estações meteorológicas dificilmente os conseguirão registar

Isto causará uma situação de catástrofe: As árvores irão ser completamente destruídas em extensões de milhares de kms, as casas nas zonas mais expostas serão destruídas, e precisarão de ser reconstruídas, pois infelizmente ficarão completamente irreconhecíveis, e toda a vida será afetada – é preciso lembrar que não é só a vida humana, como animal – infelizmente muita fauna e flora será perdida com esta violenta tempestade

Uma Ilha nas Caraíbas tem sempre este risco, mas é um risco que está a aumentar com as alterações climáticas? Sim, como já iremos explicar. Antes disso devemos no entanto falar também sobre a chuva, que irá provocar deslizamentos de terra importantes, derrocadas e enxurradas, com valores de precipitação acumulada até 750l\m2 em 24 horas. Além disso a maré de tempestade inundará todas as áreas perto do mar, com uma “parede de água” até 3 metros, facilmente

Melissa, a tocar terra na Jamaica pouco depois das 15H, hora de Portugal - impacto direto praticamente garantido, infelizmente, como categoria 5
Melissa, a tocar terra na Jamaica pouco depois das 15H, hora de Portugal – impacto direto praticamente garantido, infelizmente, como categoria 5

FUTURA TRAJETÓRIA DESTA PODEROSA TEMPESTADE

Depois de, inevitavelmente, provocar uma catástrofe na Jamaica, este ciclone segue para Norte\Nordeste, afetando Cubra pouco depois, ainda como categoria 3, provavelmente – afetará o leste deste país, essencialmente

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Obviamente um ciclone categoria 3 não é o mesmo que um ciclone categoria 5, mas ainda continua a ser muito perigoso, esperando-se ainda rajadas acima de 200km/h e muita chuva, para além de mar de tempestade

Depois disso a trajetória pode levar este ciclone para as Ilhas Turcas e Caicos, e pode não ficar por aí. Já mais enfraquecido afetará as Bermudas, e, depois, indiretamente, irá mexer com o anticiclone. Não afeta Portugal, mas traz-nos mais chuva indiretamente

Para além da intensidade terá então impactos alargados, em vários territórios. É uma verdadeira tragédia. Resta esperar que as piores previsões não se confirmem, embora saibamos que é quase impossível qualquer mudança agora, infelizmente

Trajetória prevista pelo Google Deepmind ML
Trajetória prevista pelo Google Deepmind ML

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS TORNARAM ESTE CICLONE MAIS PERIGOSO?

É sempre interessante esta conversa, pois a resposta é, efetivamente, muito difícil – como podemos afirmar que as alterações climáticas tornaram este ciclone tão intenso, quando no passado já houve tão intensos, ou até mais intensos?

E a verdade é esta: Para um ciclone em específico, não podemos. Contudo o que temos verificado, e era essa também a previsão, é que os ciclones desta intensidade (furacões categoria 5) são cada vez mais prováveis e frequentes. Se antes ocorriam uma vez por ano, ou, na realidade, nem isso, em média, agora ocorrem todos os anos – este ano já são 3! – e esse é o verdadeiro problema, pois no meio de tantos ciclones, alguns vão inevitavelmente afetar Terra

Este ano o Erin e o Humberto acabaram por não afetar Terra (ou no caso do Humberto os Açores, mas aí já nem sequer era furacão, felizmente, tendo perdido toda a sua intensidade). No caso do Melissa não será assim. A água está mais quente que o normal, claramente, e isso alimenta estas tempestades… que cada vez mais atravessam fases de rápida intensificação, que as transformam em verdadeiros monstros em poucas horas. As previsões tornam-se mais difíceis, sendo necessário planear evacuações e outras preparações muito rapidamente

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Além disso há um claro “bias” dos modelos meteorológicos em prever estas situações SEMPRE por baixo da realidade – o próprio NHC, entidade oficial, tende a prever, inicialmente, por baixo, embora faça um excelente trabalho. Esta tendência de “over-achievement”, ou seja superar as expectativas, demonstra claramente uma atmosfera mais propícia a estas situações. Felizmente em 2025 esta foi a única que afetou terra diretamente. Noutros anos pode não ser assim, e há que estarmos preparado para isso

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