Depressão Extra-Tropical (ex-furacão ERIN) traz uma tempestade à Europa – em Portugal temos alguns efeitos, também – saiba os detalhes da previsão

Conteúdos
O furacão Erin atingiu a categoria 5, no entanto a sua trajetória, felizmente, levou o mesmo para longe de terra – e para latitudes mais a Norte, no Atlântico. E, como é natural, acabou por se tornar uma depressão extra-tropical , devido à temperatura da água do mar mais baixa – tornando-se muito maior, e com uma pressão atmosférico bastante baixa
Dado o tamanho deste ciclone, e da energia associada, quase todo o Atlântico Norte é influenciado, com forte ondulação, que irá afetar diversos países na primeira metade desta semana (entre os quais se inclui Portugal, tendo já os Açores sido afetados, inclusivamente). Prevê-se também chuva e vento em muitos locais, e até uma situação mais extrema em alguns países…
Em Portugal Continental o primeiro efeito sentido será efetivamente o aumento da agitação marítima nesta terça, mas nos dias seguintes também o vento irá aumentar e poderá (sem certezas) haver alguma chuva fraca. A temperatura desce com o anticiclone a enfraquecer e o fluxo marítimo a ganhar força
Dito isto os efeitos em Portugal não são comparáveis aos efeitos em outros países – as Ilhas Britânicas devem registar ondulação muito forte, e anormal para a época do ano, e também bastante vento e chuva. França deve também registar precipitação forte, agitação marítima significativa, e vento por vezes intenso, sendo que a situação de tempo mais severo se deve efetivamente registar entre Itália, Suiça e Áustria
As previsões atuais são mesmo algo extremas para o Norte de Itália – com acumulados totais previstos a superarem 400l\m2 em alguns dos modelos de previsão, pelo que se podem transformar numa violenta tempestade, a que estaremos atentos

DEPRESSÃO INTENSA – EX-FURACÃO ERIN – EFEITOS EM PORTUGAL
Finalmente o tempo mais fresco bate à porta, depois de dias e dias com temperaturas sempre próximas ou acima de 30ºC – a primeira massa de ar marítimo a conseguir entrar no nosso território (Continental), verdadeiramente, em várias semanas (talvez meses) será um dos efeitos desta depressão – a partir de quarta-feira
Várias superfícies frontais resultarão da evolução da mesma para leste, e da interação com o anticiclone, sendo que a maior parte acaba por se dissipar, sem que haja precipitação significativa prevista. Ao final do dia de quarta-feira parece haver a primeira real probabilidade de se registar alguma chuva em Portugal, mas apenas no Minho\Douro Litoral – sem descartar algum chuvisco no litoral Norte e Centro, e talvez pontos montanhosos do Interior Norte
Obviamente será muito pouca chuva, mas, se chover nas regiões mais secas, que têm sido afetadas pelos incêndios em Portugal, pode ser uma ajuda ao combate, e pode ajudar a recuperar alguma (ainda que muito pouca) humidade nos solos

E isso é importante pois, não temos certezas que a chuva vá chegar a mais regiões do que apenas as regiões mais próximas do Minho e mais a Noroeste do território – enquanto o vento deve intensificar, e tornar-se por vezes forte – com destaque para quarta, dia 27 de agosto. Mesmo com a descida de temperatura o risco de incêndio mantém-se elevado
O anticiclone foi desposicionado e abriu caminho a esta situação de maior humidade, contudo ainda não sabemos como irá evoluir o tempo depois do final do mês e no início de setembro – no entanto não contamos com muita chuva
No fundo o impacto deste ciclone em Portugal é pouco significativo em termos de severidade, sendo notório principalmente pela agitação marítima, tanto nas Ilhas como em Portugal Continental, mas é mais significativo pelo que representa na mudança de regime atmosférico – ainda que de forma temporária (provavelmente)

PROVÁVEL TEMPESTADE NO NORTE DE ITÁLIA E PAÍSES VIZINHOS
Este ciclone irá, gradualmente, dissipar – naturalmente – sendo que o anticiclone o deverá empurrar para leste – como também é normal
Contudo, uma vez que temos um bloqueio em latitudes altas, que resulta num padrão atmosférico NAO-, algo bastante raro ao longo deste Verão, esta depressão irá mergulhar sobre a Europa Central, com uma corrente de jato extremamente ativa sobre o Sul da Europa
Este tipo de “setup” atmosférico é “clássico” e leva, inevitavelmente, a muita chuva, normalmente, em Itália, e na região Alpina em geral – sendo, claro, incerto a localização final, e é uma previsão que terá de ser ajustada!
Contudo com um jet-stream tão ativo, com o choque de massa de ar Atlântico mais fresca com o Mediterrâneo bem quente, e as condições atualmente previstas (CAPE\Shear\Água Precipitável) é difícil de não pensar que pode ser uma tempestade bastante severa – com risco elevado para o Norte de Itália, ao que tudo indica
Para além da chuva podem ocorrer tornados, e os modelos, para já, simulam elevada probabilidade de granizo grande a gigante (5 a 10cm!). A situação poderá efetivamente ser uma das mais severas dos últimos anos
Para já deixamos esta situação apenas como PROVÁVEL, sendo que iremos confirmar nos próximos dias, e atualizar a informação!

ÉPOCA DE FURACÕES MUITO ATIVA, OU NEM POR ISSO?
Até ver, felizmente, está a ser uma época de furacões no Atlântico sem muito para contar – e felizmente com pouco impacto em terra quando, inevitavelmente, se formou um ciclone mais intenso, precisamente o furacão Erin
Contudo muito pode mudar, e o Atlântico está, de facto, muito quente – mas, até ver, não surgem indicações claras nos modelos para essa mudança – o que são boas notícias. Nem mesmo nas “fantasias” do modelo GFS, já famoso entre meteorologistas porque “inventa” constantemente tempestades no Golfo do México nesta altura do ano, surge absolutamente nada
Isto vai em linha com as previsões Europeias, do ECMWF, que mostram atividade tropical BEM abaixo da média na primeira semana de setembro, e ainda abaixo da média na segunda semana

Boas notícias, pois este é tipicamente um dos períodos mais ativos do ano, e, naturalmente, com o outono a chegar e a incidência solar a diminuir será normal a temperatura da água do mar diminuir, sendo que quanto mais tarde surgirem eventuais furacões, maior é a probabilidade que sejam menos intensos, e mais provável é que acabem por ser arrastados para norte e se dissipem na circulação geral da corrente de jato polar
Isto tem várias implicações – menor risco de impacto em terra nos locais habituais, mas potencialmente maior risco em locais menos habituais – temos vindo a falar sobre isso, este ano poderá ser um ano com época de furacões relativamente tardia, levando a maior risco devido a esse mesmo fator para Portugal (Ilhas e Continente)
Além disso temos também notado que a temperatura do oceano Atlântico tem estado a diminuir, mais uma boa notícia – contudo o golfo do México está extraordinariamente quente – qualquer ciclone que se possa formar lá pode encontrar condições incríveis para desenvolvimento
Não há NADA previsto atualmente, nem nos próximos 10\15 dias – período de previsão fiável – contudo temos de ir acompanhando para não sermos apanhados desprevenidos em qualquer eventualidade

Obrigado pela leitura desta previsão, que esperamos que lhe seja muito útil!
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