Poeiras de África em Portugal no final de março e início de Abril, com tempo instável à espreita (chuva de lama?) – saiba as previsões!

Conteúdos
Se há algo que parece estar a aumentar em Portugal Continental nos últimos anos, são as poeiras – quase toda a gente concorda que ao longo dos últimos 5 anos se tem falado mais sobre este fenómeno sobre Portugal do que anteriormente, e que tem sido algo que está mais presente quando se fala em meteorologia
Mas será que estão mesmo a aumentar? Bem… Sim, tem havido uma maior frequência da presença de poeiras, associadas a fluxos de Sul – muitas vezes provocados pela presença de depressões a Oeste do território – o que não será exceção nos próximos dias
Contudo também há um certo “exagero” quando falamos sobre as poeiras, pois com a proliferação das redes sociais, muito maior informação, entre outros fatores, algo que já existia antes, passou a ser mais divulgado. Uma mistura de duas coisas, portanto – maior influência anticiclónica, e presença de depressões a Oeste, com bloqueios mais frequentes, e maior proliferação das notícias, leva a que as poeiras de África, quase todos os meses, apareçam nas notícias
Nesta situação, e como já referimos, virão acompanhar uma subida de temperaturas, mas também um período de maior instabilidade, começando pelos Açores e Madeira, mas podendo chegar, também, a Portugal Continental
A concentração de poeiras ainda está por determinar, exatamente, uma vez que vai depender do posicionamento de um sistema de baixas pressões a Oeste do território – que, por sua vez, também determinará o quão instável o tempo estará – ou não estará, pois ainda é possível que, caso fique mais a Oeste, pelo menos em Portugal Continental a precipitação não chegue, pelo menos para já
Não vamos, ainda, entrar em muito detalhe para Abril, mas continua a parecer extremamente provável que venha a ter um período bem instável, como já referimos, no entanto
POEIRAS DE ÁFRICA NOS PRÓXIMOS DIAS – O QUE ESPERAR?
Falando primeiro deste fenómeno – já falaremos sobre a possível instabilidade – tudo indica, então, que irão chegar primeiro à Madeira, antes de se aproximarem do arquipélago dos Açores – onde podem ter alguma influência, particularmente no Domingo – mas nada como no arquipélago da Madeira, onde podem, efetivamente, ter uma concentração elevada
O fluxo de leste associado, algo quente, leva a que durante a tarde de sexta, e durante o fim-de-semana, os céus na Madeira se tornem mais amarelados, e, dado que há instabilidade prevista, particularmente na sexta e, novamente, no domingo, poderá haver “chuva de lama”
Após este período, e novamente referindo alguma incerteza, tudo indica que estas poeiras serão arrastadas para Portugal Continental, onde se apresentarão entre segunda e terça-feira, havendo possibilidade de persistirem mais um ou dois dias – em concentrações moderadas
Também em Portugal Continental haverá alguma possibilidade de instabilidade, embora a previsão seja ainda muito indefinida, e também pode ocorrer alguma “chuva de lama”, algo que também tem sido frequente nos últimos anos
A depressão responsável por toda esta situação deve encontrar-se, no início da semana, entre os Açores e a Madeira, sendo que o posicionamento final determinará a concentração prevista do pó do deserto Africano sobre o nosso território

Esta depressão, de origem polar, deverá ser também responsável por frio e até possibilidade de neve, nos Açores, no primeiro dia de Abril, antes de dar lugar maior estabilidade, depois, novamente
Também na Madeira se sentirá uma descida da temperatura, enquanto, em Portugal Continental, caso se confirme o fluxo de Sul, poderá manter-se bem quentinho pelo menos até meio da semana – altura em que deverá mudar…
QUAIS OS EFEITOS DAS POEIRAS E MEDIDAS PREVENTIVAS?
As poeiras de África, quando estão presentes em elevada concentração, e à superfície, são uma preocupação para pessoas com sensibilidades respiratórias
Falamos de pessoas com asma, por exemplo, entre outras doenças crónicas – são essas pessoas, que, habitualmente, passam um pouco mal com esta situação
Contudo há que referir que, em elevada concentração, podem acabar por afetar toda a população – o que não será o caso, uma vez que a concentração à superfície deverá ser relativamente baixa!
Ainda assim pedimos que acompanhe a evolução da situação, pois a incerteza ainda domina a previsão, e, como tal, os modelos de previsão ainda irão afinar a previsão, sendo que já vimos no passado situações em que parecia que iríamos ter concentrações muito baixas serem alteradas para algo bem mais significativo com 1\2 dias de antecedência – é algo normal dada a imprevisibilidade – sendo o contrário também possível
Por outro lado acabam por ter uma ação fertilizadora dos solos, ajudando na agricultura, sendo que estudos indicam que, devido à concentração em fósforo e ferro, quando depositadas sobre o oceano, estimulam a produção de fitoplâncton marinho – o que é extremamente importante, pois este é um dos elementos cruciais na absorção de CO2 na atmosfera

SUBSTITUIÇÃO DAS POEIRAS PELA INSTABILIDADE?
Não parece haver muitas dúvidas que esta situação de bloqueio temporário, responsável pela introdução de poeiras em suspensão na atmosfera, sobre o nosso país, não durará muito, e a instabilidade espreita
Nos primeiros dias de Abril há muitas dúvidas, com os vários modelos a posicionarem a depressão de forma bem diferente – com impacto na previsão – uma depressão mais próxima deverá limpar mais rapidamente as poeiras, fazer a temperatura cair mais rápido, e levar a mais chuva – e o contrário deverá ter o efeito oposto – mais poeiras, e mais quente\seco
Os vários modelos meteorológicos têm estado numa “batalha”, e sem conseguirem perceber corretamente o posicionamento desta depressão, sendo o modelo GFS aquele que parece estar mais “perdido” – mudando constantemente – e o modelo Canadiano o mais insistente numa depressão mais longe do nosso país – a confirmar poderia ser uma primeira semana de Abril mais estável, mais quente
Qual dos modelos meteorológicos estará mais correto? Bem, como sempre, é melhor esperar para ver, embora a nossa previsão favoreça os modelos Europeus – ECMWF e UKMO – que, apesar da incerteza, têm um consenso aceitável que a precipitação irá chegar já nos primeiros dias de Abril, reforçando-se no início da segunda semana, com um bloqueio anticiclónico em latitudes mais altas
A razão que nos leva a acreditar nestes modelos, para além da maior fiabilidade habitual de ambos, é claro, é o facto de outros regimes atmosféricos em vigor promoverem, efetivamente, uma maior subida em latitude do anticiclone, e um padrão atmosférico não muito diferente de Março, talvez sem tanta atividade ciclónica no Atlântico, contudo
Iremos acompanhar e atualizar, assim que possível – provavelmente na habitual previsão semanal, em breve, fique atento!

Conte-nos na caixa de comentários abaixo – Gosta do tempo mais quentinho, ou prefere o tempo mais frio? E o que acha das poeiras, que cada vez mais tendem a aparecer no nosso país? Participe com a sua opinião!
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